Pandemia beneficia Caique Martim e Júlia Gonçalves, que confessaram crime
Os suspeitos confessaram ter matado no dia 29 do mês passado, o motorista de aplicativo Luiz Otávio Comissio, de 23 anos, por conta de um desacordo comercial (Wagner Souza/AAN)
Por causa da pandemia, o casal Caique Luan Firmino de Souza Martim e Júlia Stefany Gonçalves, preso em flagrante na da última terça-feira, em Campinas, por destruição, subtração e ocultação de cadáver foi colocado em liberdade. Os suspeitos confessaram ter matado no dia 29 do mês passado, o motorista de aplicativo Luiz Otávio Comissio, de 23 anos, por conta de um desacordo comercial. A decisão consta em um parecer do juiz da 1ª Vara do Júri de Campinas, José Henrique Torres. A decisão, segundo justificativas do magistrado, se deve ao "protocolo adicional à convenção Americana Sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (Protocolo De San Salvador - 1988)", que determinou que os estados adotassem medidas especiais que visassem o desencarceramento de presos, para que prevalecesse "o devido e oportuno cuidado com a população sobre qualquer outra pauta ou interesse de natureza pública ou privada." Apesar de converter a prisão em flagrante para preventiva, o magistrado frisa que os suspeitos responderão ao crime de homicídio e ocultação de cadáver em liberdade, face a crise provocada pela Covid-19, inclusive no sistema prisional. "Indefiro o requerimento de decretação de sua prisão preventiva e aplico aos investigados (…) as seguintes medidas cautelares" , escreveu. De acordo com as medidas, os suspeitos não poderão se ausentar de suas casas até o final do processo, terão ainda de se recolher em casa no período noturno e nos dias de folga. Também terão que se apresentar para o juiz todos os meses para justificar e comprovar suas atividades e estão proibidos de manter qualquer tipo de contato com as testemunhas e também distanciamento de 500 metros. Não foi realizada audiência de custódia, conforme determinação anterior do Supremo Tribunal de Justiça. "Se for verdade (a soltura dos suspeitos), tenho vergonha do País que moramos. Eles confessaram o crime. Isso não pode? Tem que ter Justiça sim. Não consigo comer, dormir. Era meu único filho. A família está sofrendo muito, estamos a base de calmante" , disse a mãe do motorista de aplicativo, cujo nome foi preservado. O casal confessou o crime e ainda revelou que teve a participação de dois amigos, que são irmãos e que foram detidos e liberados. A vítima foi amordaçada, espancada com paus e pedras até a morte e depois teve o corpo queimado. O celular dele foi vendido no camelódromo e o carro abandonado.