Jovem é morta a facadas por ex-companheiro

Uma jovem de 18 anos foi assassinada a facadas pelo ex-companheiro, de 23 anos, na madrugada deste domingo (19), em Campinas. Este é o sexto caso de feminicídio na cidade neste ano. Ana Carolina Alves Cardoso foi morta na frente dos dois filhos, um de 4 e outro de um ano e dois meses, dos irmãos de 15, 12 e os gêmeos de 7 anos, da mãe e do padrasto. O corpo foi enterrado na manhã desta segunda-feira no Cemitério dos Amarais. O suspeito, identificado por Lucas dos Anjos Alexandre, está foragido. De acordo com o padrasto da jovem, o ajudante de pedreiro Roberto Moreira de Souza, o casal vivia junto havia cinco anos e ele sempre foi violento. Ainda segundo Souza, o casal vivia uma relação conturbada já que ele é usuário de drogas e espancava a vítima e os filhos constantemente. “Ela nunca fez boletim de ocorrência, pois ele a ameaçava de morte. Ela tinha muito medo dele”, disso ajudante de pedreiro. O casal estava separado havia três meses. O crime foi na casa dos pais dela, na Estrada Municipal Joannine Caumo, próximo a Techno Park, no limite de Campinas com Sumaré, no distrito de Aparecidinha. Na separação, ele ficou com o filho mais velho enquanto ela ficou com o caçula. Entretanto, algumas vezes ele buscava o menor para ficar com ele e deixava o mais velho com ela. Na madrugada deste domingo, segundo Souza, Alexandre apareceu na casa da família dela, com a desculpa que o filho mais velho queria a mãe. Com medo, ela abriu a janela do quarto dela para pegar a criança, momento que ele invadiu o cômodo e já passou a agredi-la com uma faca. “Ele foi logo dando golpes na Ana. Foram muitos. Ela correu para o nosso quarto para pedir ajuda e ele foi atrás a agredindo. Eu tentei puxar ele e cheguei a usar um pedaço de pau, mas ele é mais forte que eu e me tomou a madeira e me agrediu na cabeça. Cai. Então ele a pegou pelos cabelos e a arrastou para o quintal e deu o golpe fatal no pescoço dela”, relatou. A família não sabe quantos golpes a vítima foi atingida, mas garante que foram muitos. O homem teria levado com ele três facas de uso de mesa – de serrinha -, para agredir e matar a ex-companheira. A jovem morreu no local. “É muito triste. Os filhos presenciaram tudo. Os irmãos viram tudo. Ela estava mudando. Não estava grávida como as pessoas estão dizendo por aí. Ela sempre teve medo ele”, desabafou. OUTROS CASOS No dia 3 de janeiro, Camilla Rodrigues Barros, de 29 anos, foi morta pelo motorista de aplicativo, Luis Ferreira da Silva, de 40 anos, que não aceitava o fim do relacionamento. Ele atirou na vítima e depois se suicidou. No dia 1º de março, a caseira Shirley Maria Pereira, de 57 anos, teve 86% do corpo queimado pelo companheiro Ioneto de Moura Silva, de 49 anos, durante uma discussão. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu dois dias depois. Shirley vivia nas ruas em São Paulo e foi exemplo de recuperação do vício das drogas após ajudar um cachorro viralata. No dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, Tais Michelle Figueiredo, de 34 anos, foi morta estrangulada por Paulo Silva, que confessou o crime ao pai. Já no dia 1º de junho, Claudenice Eneas Nobre, de 41 anos, foi assassinada pelo namorado Francenildo Francisco de Macedo, de 26 anos, no bairro São pedro. Ainda em junho, no dia 6, uma mulher identificada apenas por Neuza, de 54 anos, foi assassinada pelo namorado, um eletricista de 41 anos, que foi preso após se entregar para a Polícia Militar. O crime foi no Jardim Satélite Iris 1. O homem era padrinho de um dos filhos dela e o casal passou a se relacionar após a morte do marido dela.