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Jonas intervém no caos da Saúde

O prefeito Jonas Donizette (PSB) assina hoje decreto para assegurar atendimento à população em unidades de saúde pública e privada e tenta minimizar

Maria Teresa Costa
08/05/2019 às 09:18.
Atualizado em 03/04/2022 às 22:41

O prefeito Jonas Donizette (PSB) assina hoje decreto para assegurar atendimento à população em unidades de saúde pública e privada e tentar minimizar o caos instalado na cidade nos últimos dias. O decreto traz medidas que visam impedir a suspensão de atendimento nos hospitais sem comunicação prévia à Secretaria Municipal de Saúde e à população. Segundo o secretário de Saúde Carmino de Souza, a intenção não é punir hospitais pela interrupção em atendimentos, mas estabelecer parceria e o compartilhamento do compromisso público de prestação de serviço. O secretário informou que a ideia central é que se uma unidade avalia que precisa suspender o atendimento por superlotação ou outro problema, primeiro irá informar a situação à Secretaria de Saúde, que irá avaliar o quadro, ver formas de ajudar na gestão do problema. Uma delas será buscar parceiros nas redes pública e privada que possam suprir a demanda, para evitar desassistência. Se o fechamento for inevitável, a população terá que ser informada e orientada previamente quais serviços deverá procurar, para que não ocorram situações como as vividas em que o paciente chega a um hospital e a porta está fechada, com o aviso para procurar outros serviços. A intenção, afirmou, é conseguir uma gestão compartilhada sempre que uma unidade não consegue dar conta da demanda. O secretário afirmou que cabe ao prefeito medidas como essas, por ser a autoridade máxima do Município no Sistema Único de Saúde (SUS). “Ele é o responsável, independente de o serviço ser público ou privado. O SUS é tudo, com serviços públicos e complementares por meio de entidades contratadas ou conveniadas, e também privados, a chamada saúde suplementar”, afirmou. Ele acredita que decisões de interrupção de atendimento podem ser mudadas se o Município souber previamente dos problemas e tiver condições de adotar medidas para indicar à população serviços na rede pública e privada que possam receber a demanda. “Um hospital que fecha o atendimento em algum momento vai reabrir. Se pudermos equacionar a demanda, as chances de os hospitais fecharem é muito menor, e sem ter que pagar um custo político alto como estão pagando”, afirmou. A crise na assistência à saúde se agravou na sexta-feira, quando o Hospital PUC-Campinas suspendeu temporariamente o atendimento no pronto-socorro infantil e adulto. A medida, segundo o hospital foi tomada para garantir a segurança e a integridade dos pacientes já internados. O atendimento foi retomado na segunda-feira. O Hospital Municipal Mário Gatti sofreu reflexos, com superlotação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que obrigou a internação de crianças no PS Infantil. Ontem foi a vez do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) suspender, por tempo indeterminado, a internação de gestantes e bebês recém-nascidos, também por conta de superlotação. Segundo o hospital, a superlotação chega a 115% nas unidades obstétricas e 126% nas unidades neonatais, com picos de 140%. Caism suspende internações de gestantes e de bebês A crise na saúde de Campinas parece não ter mais fim. Um dia depois da Prefeitura anunciar a suspensão das cirurgias eletivas no Hospital Municipal Doutor Mário Gatti para reforçar o atendimento aos bebês e às crianças que estão internadas, ontem foi a vez do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) suspender as internações das novas gestantes e de bebês recém-nascidos por tempo indeterminado. De acordo com a unidade, a medida foi tomada porque o espaço sofre com a superlotação de pacientes. O hospital informou que as unidades obstétricas estão com 115% da capacidade, enquanto as neonatais estão com 126%, chegando a picos de até 140% de ocupação. Essa não é a primeira vez que o Caism (Caism) suspende as internações de novas gestantes e recém-nascidos por causa da superlotação das unidades obstétricas e neonatais. Somente em 2018, a unidade suspendeu a atividade em ao menos duas oportunidades: em junho e dezembro. O Caism solicitou que os serviços de Saúde e as gestantes, mesmo aquelas atendidas na Unicamp, procurem a partir de agora os demais serviços da cidade e da região para realizaram o atendimento devido à impossibilidade de novas internações, seja por transferência ou procura espontânea. "Nesse quadro, a interrupção de novas internações obstétricas e neonatais visa preservar o bom atendimento às pacientes já admitidas pelo Hospital", informa em nota. A Superintendência ressaltou também que a superlotação vinha sendo informada aos órgãos públicos responsáveis pela regulação da oferta de vagas nos serviços de saúde da Região Metropolitana de Campinas (RMC), mas que mesmo com o pedido, o complexo de saúde continuou recebendo uma grande quantidade de pacientes. Em nota, a Secretaria de Saúde informou que está garantido o atendimento às gestantes do município na Maternidade, que é responsável por cerca de 55% dos partos SUS de Campinas, e no Hospital da Puc-Campinas. A UTI neonatal e a semi-intensiva são para crianças com até 28 dias prematuras e/ou com doenças graves. "Todas as crianças que necessitam de UTI neonatal e de tratamento semi-intensivo estão sendo atendidas e as demandas que eventualmente possam surgir também terão atendimento garantido" , informou. Inaugurado em março de 1986, o Caism é um dos principais centros de referências de Campinas no ensino, pesquisa e assistência especializada à saúde da mulher e do recém-nascido. A região de abrangência do hospital é o Estado de São Paulo. (Henrique Hein/Da Agência Anhanguera) Mário Gatti se pronuncia sobre morte de bebê no PS A Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar se pronunciou oficialmente ontem sobre o óbito do bebê de seis meses, na manhã do último domingo, no Pronto-Socorro (PS) Infantil do Hospital Mário Gatti enquanto esperava por uma vaga na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), com problemas respiratórios graves. O hospital admitiu que a criança morreu por “absoluta falta de vagas na unidade pediátrica”. Contudo, a instituição explicou que na sala de emergência do pronto-socorro infantil, os médicos dispunham de recursos idênticos aos de uma unidade de terapia intensiva para atender o bebê. “Deste modo, destacamos que a criança apesar de não ter sido assistida no espaço físico da unidade de terapia intensiva, no local em que se encontrava – pronto-socorro infantil – mesmo que em espaço físico restrito, foram montados todos os equipamentos, medicamentos e disponibilizados profissionais médicos e de enfermagem para atendê-la. Lamentavelmente, mesmo com todos os esforços empreendidos, a criança veio a falecer no dia 5 de maio, as 9:15 hs”, informou em nota. A Administração do hospital informou ainda que diante das condições adversas decorrentes da sobrecarga assistencial, a Rede Mario Gatti reitera "o seu compromisso de manter sua característica de ser unidade porta aberta, jamais negando atendimento médico a todos os pacientes, sem recusar ou suspender atendimentos e ressaltamos o valoroso e incansável trabalho realizado pelos nossos profissionais de saúde que permanecem dedicando suas vidas ao cuidar”. (HH/AAN)

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