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Jonas envia projeto para o novo shopping popular

A estimativa é que 1,2 mil trabalhadores que estão instalados no entorno do Terminal Central serão transferidos

Maria Teresa Costa
24/07/2020 às 08:05.
Atualizado em 28/03/2022 às 20:30
Perspectiva do local que abrigará o novo shopping popular de compras de Campinas: luta dos camelôs por área se arrasta desde 2008 (Divulgação)

Perspectiva do local que abrigará o novo shopping popular de compras de Campinas: luta dos camelôs por área se arrasta desde 2008 (Divulgação)

Chegará à Câmara na próxima semana, projeto que autoriza o prefeito Jonas Donizette (PSB) a ceder aos camelôs uma área de 18 mil metros quadrados para a implantação de um shopping popular, no Complexo Ferroviário Central. Eles se encarregarão da construção do novo espaço e da manutenção do local e a contrapartida exigida da Prefeitura é que mais nenhum camelô permaneça no Centro da cidade, com exceção das bancas do Terminal Mercado. A estimativa é que 1,2 mil trabalhadores que estão instalados no entorno do Terminal Central serão transferidos. A Administração precisa liberar o terminal, que será o principal ponto de embarque e desembarque do Corredor Ouro Verde do BRT, mas também fará a ligação com o Corredor Campo Grande até a rodoviária e a chamada "Área Branca", no Centro. A área é parte do complexo que foi cedido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) à Prefeitura por 30 anos, renováveis, para a implantação do shopping popular de compras. A luta dos camelôs por uma área se arrasta desde 2008, disse o vice-presidente do Sindicato dos Permissionários, Comerciantes, Ocupantes de Boxes e Prestadores de Serviço em Solo Público da Economia Informal de Campinas (Sindipeic), Carlinhos Camelô. Segundo ele, a finalização do processo, que chega à Câmara na próxima semana encerrará também a anos de angústias, incertezas e insegurança. A adesão ao projeto já abrange 90% da categoria, disse. A área fica entre o Terminal Metropolitano e a Estação Cultura, onde há um barracão tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc). Os camelôs contrataram um arquiteto para fazer o projeto que restaurará o imóvel e no terreno ao lado serão construídos três pisos. O barracão e a nova construção abrigarão os boxes e uma praça de alimentação. O local terá ainda estacionamento. Carlinhos Camelô informou que o sindicato já fez orçamento com duas empresas e vai pedir para mais três. Os camelôs querem um preço que não seja tão caro e com prazo de até 48 meses para pagar. Segundo sua estimativa, o custo ficará entre R$ 25 mil e R$ 30 mil para cada lojista. Uma solução para a remoção dos vendedores da área central da cidade foi determinada pelo Ministério Público em 2011. Em 2018, camelôs, Prefeitura e Setec se reuniram como promotor de Justiça, Valcir Paulo Kobori, que determinou prazo de 90 dias para a entrega de um projeto final. O prefeito informou que o projeto foi acordado com a entidade representante dos trabalhadores, Ministério Público e Prefeitura e que, após tantos anos de busca de acordo, o projeto sairá do papel. Pelo acordo, nenhum camelô deixará o local onde está enquanto o novo espaço não for construído.

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