Novo centro de compras ficará ao lado da Estação Cultura
Perspectiva do centro de compras que receberá os camelôs que têm barracas na área central de Campinas (Divulgação)
O prefeito Jonas Donizette (PSB) envia hoje à Câmara projeto de lei complementar, para autorizar a cessão, por 20 anos, de uma área de 18 mil metros quadrados no Complexo Ferroviário ao Sindicato dos Permissionários, Comerciantes, Ocupantes de Boxes e Prestadores de Serviço em Solo Público da Economia Informal de Campinas (Sindipeic). No local será implantado um shopping popular pelo sindicato, com o compromisso de, após 30 dias da conclusão da obra, transferir as bancas dos 1,2 mil trabalhadores informais para o novo local. A previsão é que a obra estará concluída em dois anos, prorrogáveis por mais dois. O presidente da Câmara, Marcos Bernardelli (PSDB), informou que o projeto deve ser votado, em duas discussões, na próxima quinta-feira. A área é parte do complexo que foi cedido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) à Prefeitura por 30 anos, renováveis. O Dnit cedeu os 18 mil metros quadrados, incluindo um barracão tombado como patrimônio, para a construção do shopping. O vice-presidente do sindicato, Carlinhos Camelô, avalia que a obra custará entre R$ 20 milhões e R$ 25 milhões, valor que será rateado entre os lojistas. O sindicato busca orçamentos com menor preço e prazo de 60 meses para pagar. O prefeito prometeu aos camelôs ajudar na busca de linhas de créditos na Caixa Econômica Federal (CEF). A área fica entre o Terminal Metropolitano e a Estação Cultura. Os camelôs contrataram um arquiteto para fazer o projeto que restaurará o imóvel e no terreno ao lado serão construídos três pisos. O barracão e a nova construção abrigarão os boxes e uma praça de alimentação. O local terá ainda estacionamento. Os camelôs estão no Centro desde 1991, segundo a presidente do sindicato, Zezé Massaioli, e a luta por uma área se arrasta desde 2008, disse Carlinhos Camelô. Segundo ele, a finalização do processo, que chega à Câmara, encerrará também anos de angústias, incertezas e insegurança. A adesão ao projeto já abrange 90% da categoria, disse. Uma solução para a remoção dos vendedores da área central da cidade foi determinada pelo Ministério Público em 2011. Em 2018, camelôs, Prefeitura e Setec se reuniram como promotor de Justiça, Valcir Paulo Kobori, que determinou prazo de 90 dias para a entrega de um projeto final. Os únicos ambulantes que continuarão no Centro são os que ficam em frente ao Mercado Municipal.