Após abaixo-assinado de frequentadores, prefeito desiste de implantar cobrança no Taquaral e Bosque
Carros em bolsão de estacionamento na Lagoa do Taquaral, em Campinas: áreas de lazer ficarão isentas de cobrança pela ocupação de vagas ( Leandro Ferreira/AAN)
Depois dos abaixo-assinados que começaram a ser feitos por frequentadores de espaços públicos, o prefeito Jonas Donizette (PSB) proibiu nesta terça-feira (20) a implantação de Zona Azul no entorno de áreas de lazer como Lagoa do Taquaral e Bosque dos Jequitibás. Jonas disse que se há problemas de estacionamento eles devem ser resolvidos de outra forma, que não a cobrança. “Estou investindo nessas áreas, meu projeto de governo é valorizar o lazer e a convivência e seria um contrassenso cobrar estacionamento nesses locais”, afirmou.O presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Sérgio Benassi, informou que a empresa vem fazendo estudos para ampliar as vagas de Zona Azul, mas que a cobrança no entorno de áreas de lazer não está nos planos. Segundo ele, os técnicos estão fazendo medições em vários locais para avaliar a capacidade de estacionamentos em bairros como Cambuí, Taquaral, Bosque e Ponte Preta, e pessoas que viram medições perto de áreas de lazer acabaram achando que seriam instituída a cobrança. “Não estamos preocupados com os bolsões de estacionamento nas áreas de lazer, porque estamos olhando a cidade toda. A arrecadação Zona Azul hoje é ridícula e arcaica. Ainda usamos folha de papel para controlar o tempo e com 1,9 mil vagas, a maioria na área central, arrecadamos, se muito, R$ 140 mil mensais”, afirmou. Segundo ele, qualquer cálculo vê que a mesma vaga não gera, ao longo do dia, a receita que deveria.O novo modelo vai triplicar o número de vagas existentes, informou. Benassi afirmou que há ainda muita gente sendo explorada por flanelinhas que fraudam o uso do espaço público que deveria ser usado pela Emdec como Zona Azul.A Emdec está selecionando tecnologia para implantar uma nova sistemática de cobrança, que será digital. Será feita licitação para a contratação de empresas que irá implantar o sistema. A intenção é que o motorista contrate os créditos para estacionar em pontos de venda que estarão espalhados pela cidade e que possa fazer isso inclusive pelo celular. A vaga que ele contratar por determinado período, será monitorada por palm tops que estarão com funcionários designados pela empresa que vai operar o sistema. Se o motorista permanecer na vaga mais tempo do que contratou e sem fazer a renovação, a Emdec será acionada para aplicar a multa.Benassi acredita que com isso haverá aumento da rotatividade nas vagas, ao contrário de hoje, quando o motorista paga R$ 3,00 e fica o dia todo, inclusive fraudando o cartão. “Com o sistema digital, as fraudes no cartão vão acabar”, disse.Após a licitação e a contratação do sistema, a Emdec passará a ter função de fiscalizar e acompanhar este monitoramento feito pela empresa. O órgão, também irá receber um valor da outorga municipal, a ser estipulado na licitação e no contrato de concessão do serviço. Hoje, a multa aplicada para o motorista que estaciona em área da Zona Azul sem o cartão pode chegar a R$ 53,00, além de três pontos na carteira.