COPA DO CATAR

Jogo do Brasil enche os bolsos do comércio no Largo do Rosário, em Campinas

Pena que faltou uma vitória do escrete canarinho para a festa ficar mais bonita

Rodrigo Piomonte
03/12/2022 às 08:15.
Atualizado em 03/12/2022 às 08:38
Oito mil pessoas lotaram o Largo do Rosário na tarde de sexta-feira para ver o Brasil jogar contra Camarões (Gustavo Tilio)

Oito mil pessoas lotaram o Largo do Rosário na tarde de sexta-feira para ver o Brasil jogar contra Camarões (Gustavo Tilio)

Se por um lado a derrota do Brasil frente a Camarões pela Copa do Catar deixou um gosto amargo na multidão, que mais uma vez se concentrou na tarde de sexta-feira (2) no Centro de Campinas para acompanhar a partida, por outro o comércio formal e informal de venda de alimentos e bebidas comemora a renda extra conquistada com o trabalho durante a transmissão da partida pelo telão, instalado pela Prefeitura no Largo do Rosário. As vendas aumentaram ao menos em 70%.

A transmissão da partida levou oito mil pessoas para assistirem à partida no Largo do Rosário. A quantidade de torcedores foi a mesma da estreia da Seleção Brasileira no dia 24 de novembro. No entanto, o resultado foi adverso. O escrete canarinho perdeu de um a zero para Camarões no terceiro jogo da fase de classificação, e agora enfrentará a seleção da Coreia pelas oitavas de final da Copa do Mundo do Catar na próxima segunda-feira.

Proprietários de bares, quiosques e vendedores ambulantes da região central estão animados com o evento que se transforma a cada partida transmitida pelo telão no Centro da cidade por conta da concentração de pessoas. Por conta dos incidentes no último dia de transmissão, quando foram registrados alguns episódios de furtos e brigas, houve nítido reforço da presença da Guarda Municipal nas imediações da área central.

O empresário John Paulo Sanches, 32 anos, responsável pela Banca do John, instalada na área de passeio da Avenida Francisco Glicério, no Centro, e que comercializa lanches, salgados, água de coco e bebidas em geral disse que nos dias de jogos no telão instalado no Largo do Rosário, a mercadoria começa a se esgotar por volta da 15h. "É muita gente, vendemos muito mais que em dias normais graças a Deus", disse.

Segundo ele, é sempre necessário um reforço no estoque para manter a banca aberta até o final das partidas. "Estamos vendendo muito bem. É muito bom esse movimento que chega no Centro de vários locais. As pessoas chegam para torcer, saem do trabalho e já ficam pelo Centro e isso aumenta as vendas. É importante porque ajuda a garantir um dinheiro a mais ainda nessa época de final de ano que é muito importante", disse.

O vendedor ambulante José Milton Simões, 58 anos, também comemora a oportunidade de trabalho que o evento de transmissão dos jogos da Seleção na Copa do Mundo proporciona. "Estamos acostumados a trabalhar em eventos, jogos dos times da cidade, mas a concentração aqui com os jogos da seleção realmente permite um ganho a mais. Vendemos quase o dobro do que em dias de jogos dos times da cidade", disse.

O vendedor ressaltou a organização para o trabalho durante a transmissão dos jogos da Seleção no Largo do Rosário. "Fizemos o cadastro e pagamos a taxa para a Setec, e conseguimos trabalhar à vontade", disse. A Serviços Técnicos Gerais (Setec) é a instituição responsável pelo gerenciamento de uso e ocupação do solo público em Campinas.

O empresário Valdinei Julião, 53 anos, proprietário de um bar também na região central, é outro que confirma a boa oportunidade de renda trazida pela transmissão dos jogos da seleção no Centro. "As vendas de bebidas e lanche aumentam de 70% a 80% certamente. O movimento é intenso antes, durante e depois das partidas", disse.

A necessidade de atender um maior número de clientes ao mesmo tempo espalhados pelas mesas do estabelecimento que fica na praça Bento Quirino, faz o empresário reforçar o time de colaboradores nos dias de transmissão dos jogos da seleção. Segundo ele, o movimento exige quase duplicar o número de atendentes. "Trabalhamos com seis pessoas normalmente em dias dos jogos precisamos trazer mais cinco pessoas", afirma.

O garçom Nicolas Brian, 20 anos, é um dos trabalhadores que se aproveitam da oportunidade de economia aquecida no setor de bares nos dias de jogos da seleção com transmissão pelo telão na região central. "Eu trabalho com bicos. E tem sido muito bom esses dias de jogos aqui no Centro. Consegui um trabalho e ainda melhorei o dinheiro que recebo no dia, com as gorjetas e as caixinhas pelo atendimento", disse.

Para o público, a festa ao encontrar os amigos no Centro da cidade para acompanhar os jogos da Seleção tem sido um momento de descontração, mas que também tem pesado no bolso. A vendedora Niedja Barbosa, 27 anos, que trabalha no Centro, disse que pela terceira vez saiu mais cedo do trabalho e ficou em confraternização com os amigos acompanhando a partida da seleção na Copa do Catar. E a cada jogo, a conta chegou. "É muito legal, mas a gente gasta muito. Está tudo muito mais caro", disse.

Segundo ela, o gasto diário nos dias de jogos do Brasil na Copa é o dobro dos dias normais. "Tudo tem um preço, mas está tudo muito caro. Eu chego a gastar mais que o dobro do que o meu orçamento me permite só no dia de jogo da seleção. É duro, mas esse é o terceiro dia que estamos aqui e vai ser assim até a final", disse.

Galera animada levanta um brinde pela Seleção Brasileira de futebol na tarde ontem no Largo do Rosário (Gustavo Tilio)

Galera animada levanta um brinde pela Seleção Brasileira de futebol na tarde ontem no Largo do Rosário (Gustavo Tilio)

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