João Doria questiona a neutralidade de França

Candidato ao governo do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB) questiona a “neutralidade” de Márcio França (PSB), reafirma apoio a Jair Bolsonaro (PSL) e assegura que, a exemplo do capitão reformado do Exército, pretende promover uma gestão verde e amarela. Em entrevista exclusiva ao Correio Popular, o tucano destacou que, ao contrário de seu concorrente, não tem medo de se posicionar publicamente. “O França não confirma estar do lado do Haddad, mas comemora nos bastidores o apoio recebido do PT, entre outros, do Luiz Marinho (candidato derrotado ao governo do Estado)”, comentou. Segundo o ex-prefeito da Capital paulista, é hora de “varrer” o Partido dos Trabalhadores e seus simpatizantes de outras legendas do poder. Em sua concepção, esses políticos se utilizam dos cargos públicos para favorecer seus amigos e em prol de benefícios particulares, deixando de lado os principais interesses da população. “Independentemente de quem votar ou não em mim, se eleito, vou governar para todos”, garantiu o tucano. Nesse contexto, Doria descarta qualquer retaliação ao prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), coordenador em nível estadual da campanha de Márcio França. Ainda sobre a Região Metropolitana de Campinas (RMC), o tucano desmentiu veementemente que tem qualquer intenção de privatizar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de 368 municípios paulistas, a sociedade anônima de economia mista atua em cinco cidades da região (Hortolândia, Itatiba, Monte Mor, Morungaba e Paulínia), que juntas somam aproximadamente 510 mil habitantes. Doria reforça que as notícias veiculadas recentemente são falsas. “A Sabesp é uma grande empresa: referência em qualidade de serviço e tecnologia. O meu intuito é potencializar seu campo de atuação, tornando ela ainda maior”, esclareceu. No primeiro turno, o ex-prefeito de São Paulo foi o mais votado em Campinas, com 31,70%, ou seja, pouco mais de 164 mil votos. Paulo Skaf (MDB) terminou na segunda posição, com 19,16%, cerca de 100 mil votos, enquanto França foi o terceiro, com 17,39%, tendo recebido em torno de 90 mil votos. Doria se mostrou feliz com o resultado e projetou novo triunfo no segundo turno. “O campineiro concorda com minhas propostas”, frisou o tucano que, entre outros temas, planeja valorizar as polícias, apoiando sua integração com as guardas municipais, tanto quanto levar para outras cidades, inclusive para o Interior, programas e ações que deram certo na Capital. Pensando na Região Metropolitana de Campinas (RMC), ele mencionou a expansão do Corujão da Saúde, projeto que consiste na contratação de exames de hospitais particulares para reduzir a fila de procedimentos. “Pretendo fortalecer a Saúde, qualificando ainda mais os hospitais e firmando parcerias com clínicas privadas”, comentou o candidato. No último sábado, Márcio França esteve em Campinas. Em cumprimento à agenda de governador, o candidato do PSB fez uma visita técnica ao Ambulatório Médico de Especialidades (AME), que está sendo construído no Parque Itália, ao lado do Hospital Dr. Mário Gatti. Na oportunidade, ele afirmou que Doria é despreparado e não reúne condições para administrar o Estado que, historicamente, alavanca a economia nacional. Em resposta, Doria voltou a afirmar que o atual governador não tem realizações concretas desde que assumiu o cargo. “Me elenque três situações em que ele obteve êxito em suas ações”, brincou, completando que França sempre dependeu dos cargos públicos para viver, ao contrário dele. “Ele não sabe fazer outra coisa”, encerrou. Na manhã de ontem, Doria gravou um novo vídeo para sua campanha eleitoral. No período da tarde, se reuniu com representantes da Associação dos Produtores e Distribuidores de Hortifrútis do Estado de São Paulo (Aphortesp), em Mogi das Cruzes. O candidato concedeu também duas entrevistas ao vivo para canais de televisão.