COMBATE ÀS ARBOVIROSES

Jd. Santo Antônio e DICs III, V e VI receberão mutirão contra dengue em janeiro

Secretaria de Saúde definiu primeiros bairros que terão a ação que passa a ser quinzenal; calendário até março foi divulgado, mas locais ainda serão definidos

Da Redação
27/12/2023 às 08:55.
Atualizado em 27/12/2023 às 08:55
Entulhos e até pneu abandonado ocupam uma área que virou um verdadeiro lixão a céu aberto; além das visitas às residências, um caminhão cata-treco recolherá objetos que podem se tornar criadouros do mosquito transmissor da dengue (Kamá Ribeiro)

Entulhos e até pneu abandonado ocupam uma área que virou um verdadeiro lixão a céu aberto; além das visitas às residências, um caminhão cata-treco recolherá objetos que podem se tornar criadouros do mosquito transmissor da dengue (Kamá Ribeiro)

A Secretaria de Saúde de Campinas definiu na terça-feira (26) os locais que foram inseridos no primeiro mutirão de combate à dengue do ano, no dia 6 de janeiro. São eles os bairros Jardim Santo Antônio e os DICs III, V e VI, todos na região Sudoeste da cidade. Campinas vive uma epidemia da doença desde abril, com mais de 10.293 casos confirmados e três óbitos no ano. O total de infectados é o sexto maior da série histórica, iniciada em 1998. Em meio ao alerta para possível aumento expressivo do número de casos de dengue em janeiro de 2024, além da reintrodução dos sorotipos 3 e 4 do vírus no Estado de São Paulo após quase 15 anos, as ações nos bairros serão quinzenais em 2024. Elas fazem parte do programa de combate a criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, e foram anunciadas recentemente. Vale reforçar que o Aedes aegypti também transmite chikungunya, zika vírus e febre amarela urbana.

Segundo o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), o Jardim Santo Antônio, um dos locais do primeiro mutirão, está na lista de oito bairros em alerta para o risco elevado de transmissão divulgada em 18 de dezembro. Os outros três escolhidos são próximos e tiveram casos de moradores infectados pelo vírus da dengue. “As ações de combate ao mosquito são muito importantes, elas auxiliam na redução de criadouros disponíveis para evitar que os mosquitos nasçam. O Aedes aegypti, depois de infectado, continua transmitindo a doença até o final da vida, que é por volta de 30 dias. Portanto, não deixar o mosquito nascer é a melhor forma de combate à doença”, destacou a assessora técnica do Devisa Priscilla Pegoraro, articuladora da intersetorialidade no Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses e Zoonoses.

A iniciativa reúne funcionários da empresa Impacto Controle de Pragas, que usam uniforme formado por camiseta branca, com logo da empresa, e calça na cor cinza. Além disso, o trabalho deve contar com um caminhão cata-treco. Em caso de dúvida, a população pode ligar para o 156. Outros bairros em alerta são os seguintes: Centro e Mansões Santo Antônio (região Leste), Jardim Florence 2 (Noroeste), Jardim do Lago (Sul), Jardim Eulina e Parque Via Norte (Norte) e Jardim Adhemar de Barros (Sudoeste).

PRÓXIMAS AGENDAS

A Saúde já definiu as datas de mais seis mutirões até março. Já os locais alvo são definidos mais próximos das datas, uma vez que é preciso considerar a situação epidemiológica. São elas dia 20 de janeiro, 3 e 17 de fevereiro, 2, 16 e 30 de março. Os mutirões de combate à dengue eram realizados ‘quando necessário e, a partir de janeiro, passam a ser sistemáticos, a cada 15 dias. A frequência pode ser alterada caso haja reavaliação. Os trabalhos são um "extra", uma vez que diariamente há vistorias, visitas a imóveis e nebulizações. O mais recente foi no Jardim Eulina, em 16 de dezembro.

Na semana passada, o prefeito, Dário Saadi (Republicanos), anunciou um pacote de ações contra a dengue que inclui uma Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e um novo site para divulgar informações. Além disso, a Secretaria de Saúde começou a divulgar um boletim semanal com os bairros mais preocupantes.

Com os três óbitos e quase 11 mil casos confirmados da doença em 2023, a avaliação é que o cenário pode piorar se houver a reintrodução dos vírus tipos 3 e 4, não registrados localmente há, respectivamente, 14 e 9 anos, mas que já causaram infecções em outros municípios em 2023. Desta forma, os grupos mais vulneráveis são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença antes. Há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por um tipo diferente ao anterior.

“Os mutirões são uma estratégia complementar realizada aos sábados nas regiões com aumento expressivo de casos, que visa a diminuir as pendências, abrir mais casas e tornar o trabalho de combate ao mosquito mais eficaz. Além disso, integram esforços de diferentes secretarias e órgãos da Prefeitura para melhorar a resposta do município neste enfrentamento”, destacou Priscilla.

A Saúde ressalta a importância do esforço conjunto entre Poder Público e sociedade para enfrentamento à dengue. Campinas registra em 2023, pelo terceiro ano seguido, aumento da "pendência" durante ações de visita de agentes a imóveis para vistoria e eliminação de criadouros. Desde janeiro, metade dos espaços que foram alvo das equipes foi encontrada inacessível. Os motivos variam de imóveis fechados, desocupados e até a recusa dos moradores em receber as equipes.

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