Isolamento vai poupar 18,3 mil vidas

Dados atualizados de uma plataforma desenvolvida por dois pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) calculam que o isolamento social vai salvar 18.395 vidas no Brasil, entre hoje e o próximo dia 28. Ou seja, se mantidas as medidas de combate a Covid-19, uma vida por minuto será poupada no período. Desse total, 8.526 são pessoas residentes no Estado de São Paulo. Segundo o estudo, feito com base em dados oficiais baixados a partir do site Observatório Covid 19 (covid19br.github.io), antes do início da quarentena a taxa de transmissão da doença – índice que avalia para quantas pessoas cada doente passa o vírus - era de 2,16 e 2,45 para o País e São Paulo, respectivamente. Na última semana, caíram para 1,56 e 1,29. Contudo, o professor Paulo J. S. da Silva e a pesquisadora Claudia Sagastizábal, do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica da Unicamp, responsáveis pelo levantamento, analisam que a “desaceleração aparente da transmissão do vírus pode refletir em parte uma dificuldade para testar os casos e levantar dados”. De acordo com o Ministério da Saúde, são aproximadamente 14 mil mortes provocadas pela doença. Com cerca de 203 mil casos confirmados até a noite de anteontem, a taxa de letalidade da Covid-19 é de 6,9%. O órgão federal informou ainda que cerca de 80 mil pacientes já se recuperaram. Os cientistas projetam o crescimento rápido no número de vidas salvas à medida que os dias passam. A tendência, contextualizam, reforça a necessidade de medidas de mitigação. A estimava em nível nacional aponta que 343 vidas serão poupadas hoje. Para os 12 dias subsequentes assinala: 442 (17/05), 556 (18/05), 687 (19/05), 839 (20/05), 1012 (21/05), 1211 (22/05), 1438 (23/05), 1698 (24/05), 1992 (25/05), 2328 (26/05), 2709 (27/05) e 3140 (28/05). No que diz respeito ao Estado de São Paulo, a soma indica 153 vidas para hoje. Para os demais dias: 198 (17/05), 249 (18/05), 309 (19/05), 379 (20/05), 459 (21/05), 553 (22/05), 659 (23/05), 784 (24/05), 926 (25/05), 1089 (26/05), 1277 (27/05) e 1491 (28/05). Na publicação, esclarecem, que o distanciamento social parece ter sido efetivo quando se considera o Brasil inteiro. A dupla, entretanto, lamenta que a ação vem perdendo força lentamente. “Essa é uma tendência leve no Sudeste, que concentra a maior parte dos casos, e também no Centro-Oeste e Sul, que perderam boa parte do ganho obtido anteriormente”, escreveram. Nessas regiões, nos próximos 13 dias, projetam que serão salvas 11.726, 62 e 240 vidas, respectivamente. Os pesquisadores examinam que as curvas de contágio de uma forma geral foram achatadas. A análise aponta que, sem o isolamento social, o número de casos seria em torno de 3,5 vezes maior. Porém, mesmo que mais devagar, a quantidade de doentes ainda cresce. Por isso, Silva e Claudia sugerem ser imperativo que os governos continuem buscando alternativas de controle da pandemia para que o sistema de saúde não entre em colapso. As informações podem ser consultadas no link: http://www.ime.unicamp.br/~pjssilva/vidas_salvas.html