AMARELO, ROXO, ROSA E BRANCO

Ipês começam a colorir a cidade no inverno

Espécie prefere frio e tempo seco para florescer

Da Redação
21/06/2024 às 08:21.
Atualizado em 21/06/2024 às 09:40
As florações da família de ipês podem ser apreciadas em Campinas entre junho e setembro, período de estiagem; alguns deles, principalmente os de cor rosa, já podem ser vistos em várias partes da cidade (Rodrigo Zanotto)

As florações da família de ipês podem ser apreciadas em Campinas entre junho e setembro, período de estiagem; alguns deles, principalmente os de cor rosa, já podem ser vistos em várias partes da cidade (Rodrigo Zanotto)

Com o início do inverno, ontem, embora com temperaturas ainda elevadas, algumas espécies de árvores começam a transformar a paisagem da cidade, como os ipês, que gostam mais do frio e do tempo seco. O secretário de Serviços Públicos de Campinas, Ernesto Paulella, que é engenheiro agrônomo, explicou que essas espécies precisam de tempo seco para florescer. “Os ipês preferem tempo seco, é a condição”, explicou.

As florações da família de ipês – amarelo, roxo, rosa e branco –, podem ser apreciadas na cidade entre os meses de junho e setembro, período de estiagem. Alguns deles, principalmente os de cor rosa, começaram a mostrar as cores e já são vistos em várias partes do município. O secretário Ernesto Paulella afirmou que embora eles estejam na época de florescer, a floração depende da variação do clima. Se for um período mais chuvoso, por exemplo, a tendência é que floresçam mais no fim do inverno. Se o inverno começar seco, como é a tendência para o deste ano, "tem inflorescências em junho" segundo o secretário.

Paulella afirmou que os ipês em geral têm um período de inflorescência entre duas e três semanas. O ipêbranco tem um tempo mais curto de floração, de dois a três dias.

MUDANÇA CLIMÁTICAS

“O que vem ocorrendo nos últimos anos, e é um fenômeno mesmo, é o ipê chegar a ter de duas a três inflorescências por causa das variações do clima. Quando o clima era bem regulado, só tinha uma inflorescência. De uns 15 anos para cá, a gente vem observando que, por causa dessas mudanças climáticas, um mesmo ipê que floresceu hoje, floresce daqui a três, quatro semanas de novo”, disse Paulella.

O Viveiro Municipal Otávio Tisseli Filho, que fica no Parque Xangrilá, tem, neste momento, cerca de 10 mil mudas de ipês. Do total, 30% são de ipês-rosa e o restante dividido entre as outras cores.

Há ipês em várias fases de crescimento. O coordenador do Viveiro, Cleber Domene, disse que há desde mudas de 80 centímetros até árvores de 1,5 metro. A árvore leva cerca de dois anos para atingir este tamanho.

Todos esses ipês são encontrados em Campinas. Há ipê-amarelo na Lagoa do Taquaral e no balão da Avenida Nossa Senhora de Fátima, por exemplo. Há pés de ipêsbranco perto da Escola de Cadetes e na Praça da Paz da Unicamp. Ipês-rosa estão no Centro, como no Largo das Andorinhas e Praça Bento Quirino, além do entorno e dentro da Lagoa do Taquaral.

INVERNO O inverno começou oficialmente às 17h51 de ontem e a previsão é que a estação tenha temperaturas acima da média, 2°C, e pouca chuva, segundo análise do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ontem, inclusive, a cidade teve novo alerta de estado de atenção devido à baixa Umidade Relativa do Ar (URA).

De acordo com a Defesa Civil do Município, a cidade registrou URA de 29,1% às 11h20 na estação medidora do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), no bairro Taquaral. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a umidade ideal para a saúde dos seres humanos deve estar entre 50% e 60%. Por isso, quando o índice fica entre 21% e 30% o estado de atenção é decretado, como ocorreu ontem.

Para Bruno Bainy, meteorologista do Cepagri, o prognóstico para o próximo inverno é que o quadro de temperaturas elevadas se mantenha, em termos gerais, com episódios frios entre junho, julho e agosto. “Mas não está descartado que tenhamos episódios mais frios. Até o momento, não temos previsão de quedas bruscas de temperaturas e frio mais intenso e prolongado”, disse.

No final de semana, a massa de ar seco que vem atuando começa a perder força e, embora não haja previsão de chuvas, são esperados períodos de céu parcialmente nublado à tarde. A umidade relativa do ar mínima também fica baixa nos próximos dias, em torno de 25 a 30%, o que exige atenção redobrada em relação à hidratação e umidificação de ambientes.

Com a umidade baixa é necessário reforçar a hidratação, com ingestão de bebidas não alcoólicas, e hidratação de pele e mucosas com uso de produtos específicos. Além disso, a umidificação de ambientes à tarde é recomendável. Os riscos nesta época do ano aumentam exponencialmente para quem tem bronquite, asma e demais problemas respiratórios. O ideal é beber, em média, oito copos de água ao longo do dia, principalmente nos intervalos de exercícios físicos.

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