As florações da família de ipês podem ser apreciadas em Campinas entre junho e setembro, período de estiagem; alguns deles, principalmente os de cor rosa, já podem ser vistos em várias partes da cidade (Rodrigo Zanotto)
Com o início do inverno, ontem, embora com temperaturas ainda elevadas, algumas espécies de árvores começam a transformar a paisagem da cidade, como os ipês, que gostam mais do frio e do tempo seco. O secretário de Serviços Públicos de Campinas, Ernesto Paulella, que é engenheiro agrônomo, explicou que essas espécies precisam de tempo seco para florescer. “Os ipês preferem tempo seco, é a condição”, explicou.
As florações da família de ipês – amarelo, roxo, rosa e branco –, podem ser apreciadas na cidade entre os meses de junho e setembro, período de estiagem. Alguns deles, principalmente os de cor rosa, começaram a mostrar as cores e já são vistos em várias partes do município. O secretário Ernesto Paulella afirmou que embora eles estejam na época de florescer, a floração depende da variação do clima. Se for um período mais chuvoso, por exemplo, a tendência é que floresçam mais no fim do inverno. Se o inverno começar seco, como é a tendência para o deste ano, "tem inflorescências em junho" segundo o secretário.
Paulella afirmou que os ipês em geral têm um período de inflorescência entre duas e três semanas. O ipêbranco tem um tempo mais curto de floração, de dois a três dias.
MUDANÇA CLIMÁTICAS
“O que vem ocorrendo nos últimos anos, e é um fenômeno mesmo, é o ipê chegar a ter de duas a três inflorescências por causa das variações do clima. Quando o clima era bem regulado, só tinha uma inflorescência. De uns 15 anos para cá, a gente vem observando que, por causa dessas mudanças climáticas, um mesmo ipê que floresceu hoje, floresce daqui a três, quatro semanas de novo”, disse Paulella.
O Viveiro Municipal Otávio Tisseli Filho, que fica no Parque Xangrilá, tem, neste momento, cerca de 10 mil mudas de ipês. Do total, 30% são de ipês-rosa e o restante dividido entre as outras cores.
Há ipês em várias fases de crescimento. O coordenador do Viveiro, Cleber Domene, disse que há desde mudas de 80 centímetros até árvores de 1,5 metro. A árvore leva cerca de dois anos para atingir este tamanho.
Todos esses ipês são encontrados em Campinas. Há ipê-amarelo na Lagoa do Taquaral e no balão da Avenida Nossa Senhora de Fátima, por exemplo. Há pés de ipêsbranco perto da Escola de Cadetes e na Praça da Paz da Unicamp. Ipês-rosa estão no Centro, como no Largo das Andorinhas e Praça Bento Quirino, além do entorno e dentro da Lagoa do Taquaral.
INVERNO O inverno começou oficialmente às 17h51 de ontem e a previsão é que a estação tenha temperaturas acima da média, 2°C, e pouca chuva, segundo análise do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ontem, inclusive, a cidade teve novo alerta de estado de atenção devido à baixa Umidade Relativa do Ar (URA).
De acordo com a Defesa Civil do Município, a cidade registrou URA de 29,1% às 11h20 na estação medidora do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), no bairro Taquaral. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a umidade ideal para a saúde dos seres humanos deve estar entre 50% e 60%. Por isso, quando o índice fica entre 21% e 30% o estado de atenção é decretado, como ocorreu ontem.
Para Bruno Bainy, meteorologista do Cepagri, o prognóstico para o próximo inverno é que o quadro de temperaturas elevadas se mantenha, em termos gerais, com episódios frios entre junho, julho e agosto. “Mas não está descartado que tenhamos episódios mais frios. Até o momento, não temos previsão de quedas bruscas de temperaturas e frio mais intenso e prolongado”, disse.
No final de semana, a massa de ar seco que vem atuando começa a perder força e, embora não haja previsão de chuvas, são esperados períodos de céu parcialmente nublado à tarde. A umidade relativa do ar mínima também fica baixa nos próximos dias, em torno de 25 a 30%, o que exige atenção redobrada em relação à hidratação e umidificação de ambientes.
Com a umidade baixa é necessário reforçar a hidratação, com ingestão de bebidas não alcoólicas, e hidratação de pele e mucosas com uso de produtos específicos. Além disso, a umidificação de ambientes à tarde é recomendável. Os riscos nesta época do ano aumentam exponencialmente para quem tem bronquite, asma e demais problemas respiratórios. O ideal é beber, em média, oito copos de água ao longo do dia, principalmente nos intervalos de exercícios físicos.
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