Cantareira

Interligação entre represas está pronta

Inauguração depende da agenda do governador Geraldo Alckmin

Maria Teresa Costa/ AAN
02/03/2018 às 07:30.
Atualizado em 22/04/2022 às 15:00
Represa Atibainha, em Nazaré Paulista: transporte da água captada entre reservatórios será feito em dois trechos (Leandro Ferreira)

Represa Atibainha, em Nazaré Paulista: transporte da água captada entre reservatórios será feito em dois trechos (Leandro Ferreira)

As obras de interligação entre as represas Jaguari, na Bacia do Paraíba do Sul, e Atibainha, no Sistema Cantareira, estão prontas e a transferência de água entre essas barragens para garantir a segurança hídrica da Grande São Paulo e região de Campinas já poderá ocorrer, quando houver necessidade. A inauguração está na dependência apenas da agenda do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Os investimentos, de R$ 555 milhões, foram aplicados na construção de adutora e túnel que criarão uma mão dupla no transporte de água. Quando o Cantareira estiver armazenando menos de 35% de sua capacidade, será trazida água da Represa Jaguari e quando estiver acima de 75%, a água será bombeada da Atibainha para a Jaguari. Isso evitará a necessidade de usar o volume morto nos períodos de severa estiagem e de abertura de comportas do Cantareira, nos períodos de muita chuva. Essa obra foi uma das soluções adotadas pelo governo do Estado para enfrentar uma eventual crise hídrica, como a ocorrida em 2014 e 2015, quando o Sistema Cantareira precisou lançar mão do volume morto dos reservatórios para garantir o abastecimento de cidades da Grande São Paulo e das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). A água que chegar ao Cantareira pela interligação será compartilhada entre a Grande São Paulo e a região de Campinas, de acordo com as regras estabelecidas na nova outorga do sistema. Essas regras estabelecem que quando o Cantareira estiver operando na faixa 5 — abaixo de 20% do volume útil — a definição e alocação das vazões transpostas do Paraíba do Sul (Represa Jaguari) serão definidas pelos órgãos gestores (Agência Nacional de Águas e Daee), e as Bacias PCJ terão garantidas uma vazão mínima no Rio Atibaia, de 10m³/s, medida na captação de Valinhos, e de 2m³/s no Rio Jaguari, em Buenópolis. O empreendimento permitirá a transferência de vazão média de 5,13m³/s (máxima de 8,5m³/s) da Jaguari para a Atibainha, garantindo maior segurança hídrica. O transporte da água captada entre as represas será feito por dois trechos distintos, com uma adutora de 13,4km de extensão e um túnel de cerca de 6,1km. Entre os dois trechos haverá uma estrutura de transição (Tubo-Túnel). O sistema é composto, ainda, por estação elevatória e subestação elétrica. A adutora percorre topografias diversas e possui vários dispositivos de controle de passagem de água, com chaminé de controle de equilíbrio de água circulante e tanque de amortecimento unidirecional (TAU), entre outros. A estrutura vence um desnível de quase 260 metros para chegar à represa de Atibainha. Quando a adutora atinge seu ponto mais alto, ela torna-se um túnel. O túnel tem 6 metros de desnível. No desemboque, serão instaladas as mesmas bombas que foram usadas para captar a água do volume morto do Sistema Cantareira no seu período mais crítico de estiagem, há dois anos, para fazer, caso necessário, o bombeamento reverso de água (ou seja, captação de água de Atibainha para Jaguari). A interligação foi incluída no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) federal, e tem financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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