CAMPINAS

Interdição de ponte deixa 40 famílias isoladas no Guará

O cabo de aço que sustentava a estrutura rompeu na última quinta-feira por causa de um caminhão

19/11/2013 às 07:15.
Atualizado em 26/04/2022 às 13:27

Mais de 40 famílias que vivem em chácaras no bairro Guará, em Barão Geraldo, estão isoladas desde a noite do último sábado (16), quando a ponte que dá acesso à cidade foi interditada pela Defesa Civil devido ao risco de desabamento. O cabo de aço que sustentava a estrutura rompeu na última quinta-feira, depois que um caminhão-pipa que transportava 50 toneladas de água passou por cima dela. Segundo os moradores, que agora só conseguem acessar a Estrada da Rhodia a pé ou de motocicleta, a estrutura já estava muito comprometida há anos e várias reclamações foram registradas na Administração. “Há anos nós estamos reclamando tanto na subprefeitura quanto na Prefeitura e ninguém fez nada. Agora, chegou ao ponto de ficarmos ilhados aqui”, disse a costureira Edna Perli Martins, de 51 anos, que mora no local há 43 anos. Ontem, engenheiros das secretarias de Serviços Público e Infraestrutura fizeram uma vistoria técnica na ponte e decidiram mantê-la interditada e providenciar sua demolição. A Administração nega o recebimento de qualquer reclamação e afirma que o que prejudicou a estrutura foi a passagem do caminhão-pipa que pesava cinco vezes mais que a capacidade da ponte. Toras apodreceramAlém disso, a Prefeitura reconheceu que a ponte é muito antiga e que as toras de eucalipto usadas há 30 anos, quando ela foi construída, já apodreceram. “Passamos o dia no local e, inclusive, levamos um engenheiro calculista para fazer a avaliação. Conseguimos a liberação de um proprietário de umas das chácaras para abrir uma estrada alternativa com quase 1 km de comprimento que dá acesso à uma estrada paralela, cujo fluxo é normal, para dar uma solução mais imediata às famílias que estão isoladas. Mas dentro de 90 dias entregaremos uma nova ponte aos moradores”, disse Ernesto Paulella, secretário de Serviços Públicos de Campinas. Segundo ele, a estrada alternativa começa a ser aberta nesta terça-feira (19) e deve ficar pronta até amanhã. A construção da nova ponte ficará a cargo da Secretaria de Infraestrutura. Enquanto não há nem estrada nem ponte, os moradores estão impossibilitados de ir à escola, à faculdade e ao trabalho. PrejuízosA pequena Ana Caroline Moreira Gozzi, de 8 anos, não pode ir à escola ontem em razão do problema. “A escola é longe, minha mãe tem que me levar de carro, mas ele não passa. Precisei faltar”, lamentou a menina. Alguns moradores buscaram outra solução: antes da interdição, deixaram o carro do lado de lá da ponte para ter acesso à cidade. “Eu caminho cerca de 1 km da minha casa até o carro, passando pela ponte a pé para não ficar isolada. Foi a única alternativa que arrumei para não prejudicar tanto minha vida”, disse Ivone Barbante, de 54 anos. A dona de um ateliê de costureira Eliane Rose Claudino, disse que pretende processar a Administração Municipal por causa do problema. “Eu recebo clientes em casa e estou sem poder trabalhar. Quem vai arcar com o prejuízo. São dezenas de reformas e confecções perdidas”, afirmou. O supervisor operacional Edvanir Imenes Junior, de 26 anos, só conseguiu trabalhar porque vai de moto. “Ainda bem que, apesar do medo da ponte cair, as motos ainda estão liberadas, senão eu estaria na mesma situação de todo mundo e teria de faltar ao trabalho”, disse.

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