Uma das áreas mais nobres da cidade se transformou em ponto para descarte de veículos roubados
O abandono e a falta de segurança na área abandonada da Mogiana, no bairro Guanabara, em Campinas, levaram o secretário de Cooperação dos Assuntos de Segurança Pública, Luiz Augusto Baggio, a notificar o Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa (Ipep) sobre a responsabilidade da empresa em zelar pela segurança da área.
O local, que fica em uma das áreas mais nobres da cidade, se transformou em ponto para descarte de veículos roubados.
Segundo guardas municipais, o mato alto, com mais de dois metros de altura, vem sendo usado por criminosos e usuários de droga como esconderijo. “Na última semana encontramos dois carros roubados aqui. Eles deixam os carros lá no fundo porque o mato alto encobre tudo”, contou o GM Luis Bettoni.
Moradores da Rua Felipe dos Santos, vizinhos da área, contam que a movimentação de craqueiros é frequente durante o dia e à noite. “É um entra e sai frenético, nós não temos sossego. Eles passam aqui pedindo dinheiro, brigando, jogando pedras, é horrível”, comentou uma das moradoras que não quer ser identificada.
Os pequenos furtos também são frequentes entre os moradores da rua. “Não podemos bobear. Outro dia tinha um casqueiro tentando entrar na casa do vizinho. É uma insegurança constante”, afirmou um morador da rua.
Durante a manhã desta quarta-feira (12) um novo veículo, dessa vez um Corsa preto, foi recuperado no local.
“Há três dias um outro carro foi abandonado aqui. Os criminosos usam esse espaço para desmontar carros e motos roubadas”, comentou Bettoni. O veículo encontrado nesta quarta estava com peças retiradas e em processo de desmanche.
A falta de cuidados e iluminação transforma o espaço em um covil para craqueiros. “Isso aqui já virou uma mata e há várias trilhas que levam a uma espécie de caverna onde nós encontramos de tudo: tem bolsa, documentos, cartões de banco, talão de cheques e outros pertences roubados”, conta o GM Luiz Faria.
A Secretaria de Serviços Públicos informou, por meio da assessoria de imprensa, que a Prefeitura já emitiu várias notificações para que o Ipep, que é proprietário da área, promova a limpeza do local.
Diante da demora do proprietário em promover a limpeza da área, a Prefeitura emitiu duas multas, no valor de R$ 750 e R$ 1,3 mil respectivamente. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, as multas não foram pagas e a Administração estuda agora uma forma de cobrar judicialmente o proprietário.
Claudinei Modesto, sub-gerente administrativo do Ipep, informou que já foram iniciados os serviços de limpeza no entorno da área, com a criação de uma faixa de servidão com no máximo 20 centímetros de altura de mato. A previsão é que o trabalho termine em dez dias.