A infestação de morcegos em uma casa no Alto Taquaral, em Campinas, como mostrou ontem a reportagem no Correio Popular, está longe de ser um caso isolado
A infestação de morcegos em uma casa no Alto Taquaral, em Campinas, como mostrou ontem a reportagem no Correio Popular, está longe de ser um caso isolado. Só neste ano, um único especialista de Valinhos já atendeu seis clientes em Campinas com colônias de morcegos em imóvel. O animal é protegido por lei e sua retirada de imóveis depende de manejo regulamentado. Matar, perseguir, caçar, apanhar, coletar ou utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização, ocasiona multa que varia de R$ 500 a R$ 5 mil, por unidade ou quilograma do animal. Por se tratar de um animal silvestre, que contribui para a formação de matas ciliares, o morcego não pode ser morto ou capturado e tem que ser desalojado de forma que não sofra maus-tratos. "Deve-se usar técnicas que levam ao desalojamento natural. O morcego é um animal que não ataca ninguém. Pelo contrário, ele foge da gente. O único cuidado é quando o achamos no chão. Neste caso, há algo errado com o animal, que pode estar com alguma doença", comentou um especialista que pediu para não ser identificado. A orientação, diz, é colocar um balde sobre o bicho e chamar a Zoonoses, que vai recolher e verificar se ele está com vírus da raiva. A maioria das ocorrências é com alojamento do animal nos forros das casas. A incidência em beiral de telhado ou em garagens é rara, segundo os especialistas. De acordo com os profissionais, um desalojamento natural pode levar até 30 dias e custa, em média, R$ 800. Segundo os especialistas, na maioria dos casos de colônias em telhado, o proprietário do imóvel desconhece a existência e só descobre após alguma manutenção em caixa d'água ou limpeza da laje. "Já atendi casos em que os morcegos ficaram quase 20 anos no telhado. O morcego é um animal que marca seu território e não quer sair. Para desalojá-lo, é preciso fazer um monitoramento até tirá-lo de uma vez do local", falou. Entre as medidas tomadas está a vedação de telhas, no caso de colônias em forro. Já em locais abertos, em que o morcego fica pendurado, alguns métodos são placas lisas, luz acessa à noite, balões metálicos e até mesmo água para espantá-los. "Esses animais só buscam alojamento em imóveis por conta das queimadas e desmatamento das matas. Eles precisam de locais para se alimentar e pousar, mas não fazem mal a ninguém", disse o especialista.