emprego

Indústria tem pior índice em 11 anos

A indústria da região de Campinas registrou, em 2019, o pior nível de emprego para um primeiro semestre nos últimos 11 anos

Daniel de Camargo
daniel.camargo@rac.com.br
24/07/2019 às 07:50.
Atualizado em 30/03/2022 às 22:17

A indústria da região de Campinas registrou, em 2019, o pior nível de emprego para um primeiro semestre nos últimos 11 anos. De acordo com dados divulgados ontem pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de Campinas, 2,7 mil postos de trabalho deixaram de existir nos primeiros seis meses deste ano. De 2009 para cá, não foram computados saldos negativos somente em quatro oportunidades. Em 2018, 2011 e 2010 houve a criação de 1.150, 7.700 e 7.050 novas vagas, respectivamente. Já em 2017, o saldo foi zero. O resultado é também aproximadamente 335% inferior ao mesmo período de 2018, quando o setor contabilizou 1.150 contratações.  Segundo o diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, a queda no faturamento das empresas obriga os empresários a cortarem os custos fixos. Isso inclui a redução do quadro de funcionários. As indústrias mais afetadas, afirma o executivo, são as de pequeno e médio porte. De acordo com a sondagem industrial realizada em junho, cerca de 61% dos empresários que participaram da pesquisa — o total de entrevistados não foi informado pelo Ciesp-Campinas — responderam que o valor das vendas caiu, se comparado a maio. No que diz respeito a lucratividade, quase 57% dos respondentes afirmaram que houve queda. Somente 21,74% apontaram aumento nos ganhos. Não por coincidência, perto de 70% dos participantes da análise não pretendem investir na ampliação da capacidade produtiva nos próximos 12 meses. Apenas 8,7% planejam o contrário. A sondagem industrial realizada pela entidade apontou ainda que fevereiro foi o único mês de 2019 a registrar saldo positivo no nível de emprego. Foram criadas, entretanto, apenas 50 novas vagas. Janeiro, março, abril, maio e junho assinalaram 450, 200, 50, 750 e 1,3 mil desligamentos, respectivamente. Corrêa esclareceu que uma grande expectativa de recuperação econômica foi criada com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para presidente da República. Contudo, pondera ele, as mudanças aguardas ainda não foram promovidas. "Não ocorrem do dia para a noite", comentou. A esperança para que o setor, de fato, volte a engrenar, de acordo com o diretor do Ciesp-Campinas, é que a reforma da Previdência seja aprovada no Senado. "Nós provavelmente teremos uma retomada de investimentos e geração de novos empregos já para este 2º semestre", prevê. Corrêa projeta que diversas obras ligadas ao setor da saúde serão retomadas em breve. Neste cenário, indústrias do segmento médico-hospitalar e da construção civil, com grande representatividade na região, devem puxar a criação de novas vagas. Saldo negativo Pelo sétimo ano consecutivo, a indústria da região de Campinas registrou saldo negativo na geração de empregos para o mês de junho. Segundo dados do Ciesp-Campinas, em 2019, foram 1,3 mil desligamentos. Em 2018, 2017, 2016, 2015, 2014 e 2013, contabilizou 1.450, 750, 550, 1,8 mil, 2.050 e 1,9 mil demissões, respectivamente, em junho. Diretor da entidade, José Henrique Toledo Corrêa contextualiza que o País atravessa um momento de retração econômica no período. "O custo Brasil (série de despesas incidentes sobre a produção, que tornam difícil ou desvantajoso para o exportador brasileiro colocar seus produtos no mercado internacional, ou inviável ao produtor nacional competir com os produtos importados) continua alto e a competitividade do empresário caiu". Corrêa completa que o fato também se deve a um ciclo natural de mercado, que geralmente aquece no começo de cada ano, retrai no meio, e volta a apresentar melhora durante o segundo semestre. No caso, quando algumas indústrias focam nas vendas de fim de ano. O estudo informou ainda que o resultado de junho de 2019, quando a indústria da região de Campinas fechou 1,3 mil postos de trabalho, "foi influenciado pelas variações negativas de produtos alimentícios (-3,19%); produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (-1,39%); veículos automotores e autopeças (-0,31%) e produtos químicos (-0,64%), que foram os setores que mais influenciaram o cálculo do indicador total da região." Queda do nível de confiança é interrompida em junho O Índice de Confiança do Empresário Industrial Paulista (ICEI-SP) observou que a queda da confiança foi interrompida em junho. Após três recuos consecutivos, com variação acumulada de -15 pontos, o indicador voltou a melhorar no mês passado, indo de 50,7 para 53,6 pontos. Com o resultado, o ICEI permanece ligeiramente acima de 50 pontos, sinalizando moderada confiança por parte dos empresários do Estado. Entre seus componentes, o indicador de condições atuais subiu ligeiramente de 44 para 44,4 pontos (ainda indicando pessimismo em relação à situação atual); ao passo que a métrica de expectativas cresceu de 55,2 para 59,5 pontos, encerrando quatro leituras consecutivas de baixa (com queda acumulada de 16,5 pontos) e assinalando otimismo pela 30ª leitura seguida. NÍVEL DE EMPREGO DAS INDÚSTRIAS DA REGIÃO DE CAMPINAS SEMESTRE      ANO      SALDO 1º                   2019      -2.700 1º                   2018       1.150 1º                   2017          0 1º                   2016      -2.600 1º                   2015      -1.100 1º                   2014      -1.200 1º                   2013      -2.350 1º                   2012      -1.600 1º                   2011       7.250 1º                   2010       7.700 1º                   2009      -7.050 Fonte: Ciesp-Campinas

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