economia

Indústria tem crescimento na RMC

Ao todo, os segmentos em alta são responsáveis por 16% do emprego e 22% da massa salarial ligados à Indústria de transformação na região

Henrique Hein
11/06/2020 às 12:02.
Atualizado em 29/03/2022 às 09:26

Uma nota técnica divulgada ontem pelo Observatório PUC-Campinas, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Economia, mostrou que setores específicos da indústria na Região Metropolitana de Campinas (RMC), voltados à fabricação de produtos de limpeza e higiene, papel e celulose, máquinas e equipamentos agrícolas, registraram um crescimento significativo na produção em meio à pandemia do novo coronavírus. Ao todo, os segmentos em alta são responsáveis por 16% do emprego e 22% da massa salarial ligados à Indústria de transformação na região. De acordo com o estudo da PUC, realizada pelos economistas Paulo Oliveira e Eliane Rosandiski, o setor responsável pela fabricação de sabões, detergentes, produtos de limpeza e higiene, cosméticos e perfumaria, apresentou o crescimento mais expressivo em relação ao ano de 2019, com alta de 14,69%. Essas mercadorias sofreram aumento na demanda devido às práticas adotadas pela população para a prevenção do contágio da Covid-19. Os fabricantes de máquinas e equipamentos, bem como de papel e celulose, também ostentam crescimentos produtivos durante a pandemia. Em relação ao ano anterior, houve aumento 9,22% e 3,92%, respectivamente, por causa da alta procura de máquinas agrícolas e insumos ligados à produção de lenços, papéis de higiene pessoal e embalagens. Com queda pequena, outros segmentos industriais apresentam certa resiliência em meio à pandemia, como os fabricantes de produtos farmacêuticos; equipamentos de informática e eletrônicos; e de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis. Todos esses setores, embora tenham retraído suas produções em relação ao mesmo período de 2019, tiveram demanda por serem essenciais mesmo no contexto atual. Juntos, os setores com tendência de alta e com queda relativamente baixa são responsáveis por 26% do emprego e 34% da massa salarial da RMC, considerando só a Indústria de transformação. Impactos A nota técnica do Observatório revela ainda que, no entanto, os efeitos do novo coronavírus têm sido devastadores para boa parte dos segmentos da indústria. Os mais afetados até o momento com os problemas gerados pel pandemia mundial são os fabricantes de equipamentos para transporte, confecção de artigos de vestuário e acessórios, veículos automotores, bebidas, e produtos têxteis. As quedas em relação ao ano passado variam de 10% a 33%. Os setores com grandes retrações respondem por 45% do emprego gerado na Indústria da RMC e 42% da massa salarial. Segundo o estudo, por essa razão, apesar dos resultados serem positivos para os segmentos específicos, a análise evidencia um impacto significativo às atividades econômicas regionais. De acordo com a nota, divulgada pelo estudo da universidade, a recuperação futura desses segmentos dependerá da articulação de estratégias para o salvamento das empresas e manutenção da renda e mitigação dos impactos sociais, o que exige uma expansão do gasto público.

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