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Indústria segue criando empregos

Em março, a variação foi positiva em 0,23%, o que significou um aumento de cerca de 400 novas vagas. Em 2017, o saldo havia sido de 150 demissões

Rafaela Dias
26/04/2018 às 16:19.
Atualizado em 28/04/2022 às 06:55
Devagar, mas sempre: para o Ciesp regional, ritmo de contratações ainda é baixo, mas vem se mantendo constante esse ano, algo que não se via há tempos (Divulgação)

Devagar, mas sempre: para o Ciesp regional, ritmo de contratações ainda é baixo, mas vem se mantendo constante esse ano, algo que não se via há tempos (Divulgação)

O nível de emprego industrial na Região Metropolitana de Campinas apresentou resultado positivo no primeiro trimestre, com 2,3 mil novos postos de trabalho, segundo levantamento da regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, divulgado ontem.  Em março, a variação foi positiva em 0,23%, o que significou um aumento de cerca de 400 novas vagas. Em 2017, o saldo havia sido de 150 demissões. Os setores de veículos automotores e autopeças, produtos alimentícios e produtos de metal foram os setores que mais influenciaram o resultado positivo do indicador da região. “Foi o terceiro mês consecutivo que mantivemos as contratações, o que não acontecia há muitos anos. Foram 1.550 novas vagas em janeiro, 350 em fevereiro e 400 em março, o que significa que há de fato uma retomada da economia. Ainda está longe do que desejamos, mas é uma recuperação consistente”, avaliou José Henrique Toledo Corrêa, vice-diretor do Ciesp regional. No Estado, foram registradas 10 mil novas contratações. “Os resultados são imoportantes, porque a indústria é sempre o primeiro setor a sofrer quando há retração no mercado”, destacou. Apesar dos avanços, segundo ele, a indústria ainda teme dar passos mais largos. “Mesmo com os empresários mais otimistas, ainda existe receio, uma vez que o mercado ainda precisa passar por uma acomodação”, disse. De fato, segundo o levantamento, 61% das empresas afirmam que não vão realizar investimentos neste momento. Para Corrêa, as eleições também poderão influenciar o crescimento até o final do ano. “O período eleitoral precisa apontar algo positivo para a metade do segundo semestre. As mudanças no cenário político com as definições de possíveis candidatos e dos eleitos vai direcionar o mercado. Temos espaço para crescer, mas dependemos do governo, que precisa dar condições para atuarmos sem influência externa. Mas a retomada deve continuar” , avaliou. Vendas mais fracas Para o economista José Augusto Ruas, da Facamp, a Sondagem Industrial mostrou que a produção da indústria da região de Campinas continua em expansão, mas as vendas já não mostram o mesmo vigor. “O que anima é que a lucratividade da indústria regional voltou a subir. Na pesquisa, 88% das empresas responderam que o faturamento ficou estável, o que indica um cenário positivo”, explicou. Exportações O diretor do Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Renato Agostinho da Silva, revelou que 25% das exportações das indústrias da Região Metropolitana de Campinas em 2017 aconteceram pelo sistema de drawback - o que representou US$ 812 milhões. No primeiro trimestre desse ano, esse valor já chegou a US$ 200 milhões. O drawback faz a importação de componentes mediante diversos tipos de isenção fiscal oferecidas pelo governo, que posteriormente serão incorporados em produtos ou equipamentos exportados por essas empresas. “Esse volume de exportações através do sistema de drawback aumenta a competitividade das empresas da região”, disse o diretor. “O tempo do processo para as exportações, por exemplo, cai de oito para seis dias. Hoje, cinco mil empresas já utilizam o Portal Único de Comércio Exterior em todo o País. A partir de dois de julho, todas as exportações serão feitas por esse processo, gerando um enorme ganho”, concluiu. Caged também mostra bons resultados Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho referentes a Campinas, divulgados ontem pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), revelam aumento nos empregos formais em março, com 581 vagas abertas, número que fica 118% acima do mesmo mês do ano passado, que teve 653 demissões.  Os destaques positivos foram serviços, indústria e construção civil. Já o comércio ficou com saldo negativo.Na cidade, no primeiro trimestre de 2018, foram 2.125 contratações, quase 700% acima do resultado de janeiro a março de 2017. “Os números do Caged no primeiro trimestre de 2018 são os melhores desde 2015, tanto em Campinas e região quanto em nível nacional, o que mostra que está sendo mantido um crescimento lento mas constante na geração de postos de trabalho”, avaliou Martins. Ainda segundo ele, os números indicam uma redução do índice de desemprego do País que pode levar a taxa atual de 12% para algo em torno de 11% a 10,5%. “Essa tendência é fundamental para o crescimento da economia, pois tornará mais provável uma expansão de 2% a 2,5% do PIB”, concluiu.

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