economia

Indústria projeta trimestre difícil

Nove em cada dez industriais da região de Campinas acreditam que os efeitos da pandemia da Covid-19 devem permanecer por pelo menos mais três meses

Da Agência Anhanguera
29/04/2020 às 07:58.
Atualizado em 29/03/2022 às 12:38

Nove em cada dez industriais da região de Campinas acreditam que os efeitos da pandemia da Covid-19 devem permanecer por pelo menos mais três meses. Os dados são de uma pesquisa divulgada ontem, pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de Campinas. O estudo apontou ainda que 96% dos empresários que participaram da sondagem (quantidade não informada pela entidade) já tomaram medidas para contenção de gastos, realizaram reavaliações estratégicas e incentivos a vendas, entre outras. As estatísticas assinalaram ainda que 75,76%, adotaram o trabalho home-office. Em torno de 42% das empresas informaram ter dado férias para parte dos empregados. O diretor da instituição, José Nunes Filho, explicou que os problemas principais continuam nesses últimos 30 dias, como a falta de crédito, necessidade de suspensão de impostos e a preocupação com a preservação dos empregos. Nunes informou que o Ciesp-Campinas está disponibilizando gratuitamente para prefeituras e outras entidades dos mais diversos segmentos da região, o Plano de Retomada da Atividade Econômica Após a Quarentena. Esse documento elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com 74 páginas, traz em detalhes as diversas experiências de países com a pandemia e as orientações técnicas da Organização Mundial da Saúde (OMS). O documento detalha os protocolos e normas sanitárias para diversos setores de atividades do comércio, serviços e indústria. “Esse documento elaborado pela Fiesp é muito importante para a preparação de todos os protocolos para a retomada da atividade econômica”, frisou Nunes. Analisando o momento econômico, manifestou preocupação com o dólar no patamar atual (R$ 5,60), o que pode trazer mais dificuldades para a retomada do mercado em geral. A expectativa de queda do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em mais de 3% é outra das preocupações, acrescentou Nunes. O diretor ponderou que, no entanto, alguns segmentos estão mantendo ou até crescendo, nesse período, como o de alimentos, fármacos e químicos, embora outros, como automobilístico e eletroeletrônico tenham despencado. Para o diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas, Anselmo Riso, as exportações da região em março de 2020, foram de US$ 235 milhões, 14,8% menor que no mesmo mês de 2019. As importações no último mês foram de US$ 805 milhões, 1,5% maior que no mesmo período do ano passado. A corrente de comércio exterior da região em março deste ano, foi de US$ 1,4 bilhão, cerca de 2,7% menor que o mesmo período do ano anterior. Na avaliação de Riso, os efeitos da pandemia na balança comercial regional serão sentidos mais intensamente nos próximos meses.

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