NEGÓCIOS

Indústria inicia ano com otimismo

Pesquisa Ciesp mostra que 61,9% das empresas apostam em aumento no voume de negócios

Daniel de Camargo
03/01/2021 às 08:52.
Atualizado em 22/03/2022 às 14:03
Especialistas aponta que nível de endividamento diminuiu para 33,34% das em outubro e novembro, e depois para 61,9%, onde estabilizou  (Leandro Ferreira/AAN)

Especialistas aponta que nível de endividamento diminuiu para 33,34% das em outubro e novembro, e depois para 61,9%, onde estabilizou (Leandro Ferreira/AAN)

A última pesquisa realizada pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de Campinas, divulgada agora em dezembro, apontou que as perspectivas para 2021 são positivas, apesar dos impactos negativos da pandemia da Covid-19.

De acordo com o estudo, 61,9% das 494 indústrias associadas, ou seja, 305, preveem aumento no volume de negócios e 71,43% (352) planejam novas contratações. Pouco mais de 14% (70) dos empresários, disseram que pretendem aumentar os investimentos programados para este ano, enquanto 57,14% (282) deles irão, pelo menos, manter as ações e aportes já estipulados.

Os principais reflexos ao longo deste ano, foram a redução na produção e faturamento das empresas do setor, queda na balança comercial e eliminação de postos de trabalho.

O vice-diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, afirmou que “2020 foi um ano difícil, mas 2021 será melhor”. O otimismo dos empresários é fundamental, ponderou, porque a retomada econômica depende do número de empregos e novas injeções de capital na indústria e no mercado de modo geral.

Destacou também que outros indicadores do levantamento refletem uma melhora do ambiente de negócios para a indústria regional. O nível de endividamento diminuiu para 33,34% (164) das empresas em outubro e novembro, e para 61,9% (305) permaneceu estável nesse mesmo período. Outro dado positivo destacado por ele se refere à capacidade instalada. Para 71,43% (352) dessas firmas, está entre 70,1% e 100%.

No que diz respeito ao faturamento, 42,86% (211) dos associados informaram que ele permaneceu estável nos dois últimos meses, se comparado a setembro. Para 47,62% (235), as vendas melhoraram. Em relação ao emprego, 57,14% (282) não demitiram funcionários, enquanto 33,33% (164) responderam que criaram postos de trabalho. Corrêa analisa os dados como um indicativo de que o mercado está comprando e vendendo, o que é bom, porque faz a economia girar.

Sobre o nível de endividamento, 19,05% (94) conseguiram, graças ao desempenho positivo no faturamento, reduzir suas dívidas e 61,9% (305) mantiveram o volume estável. Esse cenário, examinou, é fundamental para que as indústrias mantenham a operação.

Comércio com outros países registra queda

A corrente do Comércio Exterior das indústrias da região de Campinas foi 15,3% menor entre janeiro e outubro deste ano - último levantamento realizado pelo Ciesp-Campinas -, na comparação com o mesmo período de 2019. De acordo com dados da entidade, o montante caiu de US$ 1.2210 trilhão para US$ 1.0345 trilhão. O déficit da balança comercial encolheu 7,3%, indo US$ 6,589 bilhões para US$ 6,111 bilhões.

As exportações tiveram retração de 24,7%: de US$ 2,810 bilhões para US$ 2,117 bilhões. Já as importações recuaram 12,5%, baixando de US$ 9,399 bilhões para US$ 8,228 bilhões. Diretor de Comércio Exterior, Anselmo Riso pontua que as indústrias da região não comercializam commodities (produtos que funcionam como matéria-prima), e sim tecnologia, e que dois importantes segmentos, o automobilístico e eletroeletrônico, foram muito afetados pela pandemia.

Segundo os dados do Ciesp-Campinas, Campinas e Paulínia são as cidades que mais exportaram e importaram. No que diz respeito as vendas para o Exterior, os municípios movimentaram em torno de US$ 584 milhões e US$ 582 milhões, respectivamente. Os montantes representam, nessa ordem, 27,6% e 27,5% do total mobilizado na região.

A lista dos cinco municípios que mais se destacaram categoria tem: Sumaré (US$ 221 milhões), Mogi Guaçu (US$ 184 milhões) e Amparo (US$118 milhões).

Quanto as importações realizadas entre janeiro e outubro, Paulínia lidera o ranking tendo feito 39,1% das compras em outros países, totalizando cerca de US$ 3,219 bilhões. 

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