A cidade é a primeira do Brasil a lançar para o ar a linhagem OX5034, uma evolução do inseto já testado
Soltura do primeiro lote no bairro Cecap, em Indaiatuba (Giuliano Miranda)
Com um mês de atraso, Indaiatuba deu início ontem à liberação da nova geração de mosquitos geneticamente modificados, conhecidos como “Aedes do Bem”, que visam combater o Aedes aegypti, causador de doenças como dengue, zika e chikungunya. A cidade é a primeira do Brasil a lançar para o ar a linhagem OX5034, uma evolução do inseto já testado e utilizado em municípios como Piracicaba e Juiz de Fora desde 2015. A ação, desenvolvida pela Prefeitura e pela empresa Oxitec, ocorreu em quatro áreas de Indaiatuba, nas regiões dos bairros Cecap, Jardim Itamaracá, Jardim Moacyr Arruda e Morada do Sol. Outros dois bairros (Jardim Oliveira Camargo e Jardim São Conrado) serão monitorados, para efeitos de comparação, mas não serão tratados com o mosquito geneticamente modificado, sendo usados como áreas controle. A Liberação Planejada no Meio Ambiente (LPMA) da nova linhagem do “Aedes do Bem” foi aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em agosto de 2017, no entanto, as dificuldades burocráticas na obtenção de todas documentações necessárias provocaram um adiamento da liberação dos mosquitos conforme a programação inicial, que havia traçado inicialmente a soltura dos insetos em abril. O prefeito Nilson Gaspar (MDB) acompanhou a liberação dos mosquitos ontem junto com a secretária de Saúde, Graziela Drigo Bossolan Garcia, e com o CEO da Oxitec, Grey Frandsen. “Estamos colaborando com um trabalho que utiliza modernas técnicas de manipulação genética na tentativa de reduzir a população desse inseto transmissor de graves doenças. Acreditamos que este novo ‘Aedes do Bem’ desenvolvido pela Oxitec trará resultados muito positivos e importantes para a nossa cidade”, destacou. Os “Aedes do Bem” são mosquitos machos que, portanto, não picam e não transmitem doenças. Uma vez soltos em uma área infestada por mosquitos selvagens, eles buscam as fêmeas para neutralizar a oportunidade de reprodução destas. Por ser geneticamente modificado, o “Aedes do Bem” dá origem a uma prole inviável que, com isso, provoca a redução da população do mosquito transmissor da doença, ao passar adiante o gene auto limitante que possui. A parceria entre a Prefeitura e a Oxitec não gerou custos ao Município. As avaliações se estenderão por 36 meses, passando por diferentes áreas. Apesar da adoção da tecnologia, a Prefeitura promete continuar investindo nas medidas convencionais de controle ao vetor já adotadas pela Administração nos últimos anos.