rescaldo

Incêndio atinge produção da EMS

A empresa farmacêutica EMS, em Hortolândia, deixou de produzir 4 milhões de unidades de medicamentos entre sábado e domingo em razão do incêndio

Alenita Ramirez
23/10/2018 às 07:50.
Atualizado em 06/04/2022 às 01:09

A empresa farmacêutica EMS, em Hortolândia, deixou de produzir 4 milhões de unidades de medicamentos entre sábado e domingo em razão do incêndio que atingiu a companhia. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, por mês são fabricados 65 milhões de unidades no local. Ainda ontem havia muita fumaça nas dependências atingidas pelo fogo, e o Corpo de Bombeiros ainda fazia o trabalho de rescaldo. A expectativa da companhia era de que os funcionários retomassem ainda ontem os trabalhos. O complexo possui duas plantas fabris independentes. A instalação responsável pela maior parte da produção não foi atingida, segundo a assessoria. O impacto na outra planta ainda está sendo avaliado. A empresa possui outras quatro unidades fabris no Brasil que suprirão o abastecimento, além de estoques de produtos acabados em um centro logístico em Jaguariúna. “A avaliação preliminar aponta que a área atingida foi o almoxarifado, onde fica armazenada uma parte das embalagens e da matéria-prima utilizada pela empresa. Em relação às outras áreas do complexo de Hortolândia, a dimensão exata dos danos está em avaliação pelas autoridades competentes”, informou a empresa via nota. O prejuízo total e as dimensões do fogo ainda serão contabilizados. Segundo o diretor de operação da EMS, Rogério Almeida, apesar da paralisação das atividades nos dois dias, “não há risco mapeado de desabastecimento”. De acordo com Almeida, o estoque dá para, mais ou menos, dois meses, dependendo do medicamento. A empresa conta com 3 mil funcionários e a expectativa que era que os trabalhadores retomassem as atividades no turno da tarde e noite. A previsão era de que 70% da produção fosse retomada na área não afetada pelas chamas. Dos 65 mil m² de construção, 15 mil m² foram atingidos pelo fogo. A indústria fica no km 8 da Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença, a Campinas/Monte Mor, na altura do bairro Chácaras Assay, na entrada da cidade. Almoxarifado No galpão destruído pelo fogo e que ainda é alvo do trabalho de rescaldo do Corpo de Bombeiros funcionava o almoxarifado da EMS, que continha embalagens de plástico, papelão, vidro, produtos e também matéria-prima para a fabricação dos medicamentos. No local atingido pelo fogo, havia 80 pessoas trabalhando. Cerca de 400 funcionários estavam na indústria na manhã do sábado. Segundo moradores com casas coladas ao muro da empresa, o fogo começou na área do almoxarifado, por volta das 11h. “A brigada de incêndio da empresa foi muito rápida. Estamos muito sentidos pelo que aconteceu”, disse a aposentada Clarice de Oliveira Marques, de 61 anos. Bombeiros suspeitam de que um curto-circuito. Cerca de 100 pessoas atuaram no combate das chamas desde o início do incidente. Episódio é monitorado pela Cetesb Em nota, a agência ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) de Americana infomou que acompanhou os trabalhos de emergência do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, além promover as devidas ações ambientais emergenciais. “Ainda estamos aguardando o levantamento, com os detalhes, por parte da área técnica, para avaliar outros impactos”, frisou em nota. Em um primeiro momento, as famílias ficarão no hotel até esta quarta-feira. Será feita uma avaliação dos imóveis para definiro retorno dos moradores. Casas vizinhas seguem interditadas pela fumaça As 12 casas localizadas na rua lateral da EMS que precisaram ser evacuadas no sábado seguem interditadas. Apesar de estarem livres do risco de incêndio, os imóveis estão bloqueados por conta da fumaça no local. “Na minha casa ainda há muita fumaça. Não tem como ficar no local”, disse a cabeleireira Gisele Marcelino Faria Silva, que, assim como 77 pessoas, está hospedada no hotel Drud’s. Gisele contou que falava no celular com uma amiga quando sentiu cheiro forte e barulho como se fosse de gotas de chuva. Ela correu no quintal para tirar a roupa, momento que viu cair fuligem. “Minha cunhada mora na casa da frente do quintal e gritou que estava pegando fogo. Chamei meu marido que fazia umas 3 horas que tinha chegado da empresa e estava dormindo. Pegamos nossos documentos e corremos para a rua”, contou. No outro imóvel havia três crianças, um bebê de 4 meses, duas crianças de 5 e 8 anos, além do casal. De acordo com os moradores, houve correria e muitos carregavam o que conseguiam pegar. Até os animais foram resgatados pelos donos. “Eu amamentava meu bebê de um ano e tinha acabado de acordar. Estava com pijama e saí do jeito que estava. Como meu marido é brigadista em uma multinacional, sabia que o material era tóxico e me falou para correr”, contou a dona de casa Simone Fêlix.

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