SEM MULTAS

Impasse deixa Viracopos sem fiscais de trânsito

Convênio que havia entre a administração com a Emdec terminou no começo deste mês

Luciana Félix
17/07/2013 às 07:00.
Atualizado em 25/04/2022 às 08:37

A falta de acordo entre a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) e a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, que administra o aeroporto, suspendeu no início do mês o convênio de fiscalização das vias do entorno do terminal, retirando os agentes de trânsito, mais conhecidos como “amarelinhos”.

As duas empresas ainda discutem os termos para um novo acordo, que não tem data definida para ser assinado. A lentidão é causada por uma discussão de cláusulas contratuais e também pela análise de valores pedidos pela empresa municipal para a fiscalização das vias no local.

Apesar de recente, a falta de fiscalização já gerou transtornos no trânsito do entorno do aeroporto. Veículos são facilmente flagrados estacionados em locais proibidos, motoristas param em fila dupla e até nas vagas de ônibus. Motoristas de táxi reclamam que os abusos atrapalham o trabalho no local e afirmam que táxis de outras praças passaram a frequentar o terminal em busca de clientes.

O convênio anterior foi firmado em 2011 entre a Emdec e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), mas com a transferência da administração do terminal para a empresa privada, ele perdeu a validade antes de completar os 12 meses previstos. O contrato antigo também não previa pagamento para o serviço de monitoramento do trânsito.

Quatro agentes trabalhavam por turno no local, das 6h às 0h, de segunda a domingo. Como contrapartida, a Infraero fornecia duas salas para os agentes com computadores com acesso à internet, arquivos e monitor para acompanhamento de imagens das câmeras externas, além da troca de uniformes dos funcionários.

Nenhum detalhe do novo contrato foi divulgado pelas empresas. A concessionária, por meio de sua assessoria de imprensa, informou somente que os dois lados negociam as cláusulas e também valores. A intenção é que os agentes voltem a fiscalizar o trânsito local o mais breve possível.

A concessionária colocou funcionários para impedir que os motoristas estacionem em vagas proibidas e atrapalhem o fluxo do trânsito local. Porém, sem o risco de serem multados, a maioria dos motoristas ignora os pedidos principalmente nos pontos de embarque e desembarque de passageiros. Em horários de pico, de manhã e à tarde, a situação piora, e os motoristas param seus veículos em filas duplas, sobre a faixa de pedestres, em vagas exclusivas para deficientes, para a polícia, descarga e até de táxi e ônibus.

“Virou bagunça geral. Foi só sair os amarelinhos que o desrespeito voltou pra cá. E tudo estava tão certinho, as pessoas respeitando. Agora param em fila dupla, em local proibido e tudo sobre o pretexto de ser rapidinho”, afirmou o empresário Jadiel Pereira Souza.

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