CAMPINAS

Imóvel leva cerca de 3 meses para ser alugado

Uma das questões que podem restringir a negociação é a forma de garantia locatícia, diz especialista

Sheila Vieira
01/09/2013 às 18:40.
Atualizado em 25/04/2022 às 22:55
Momento é de uma grande oferta de imóveis para locação na cidade, o que sugere repensar os valores e oferecer mais flexibilidade no negociação, defende a diretora do Secovi ( Carlos Sousa Ramos/AAN)

Momento é de uma grande oferta de imóveis para locação na cidade, o que sugere repensar os valores e oferecer mais flexibilidade no negociação, defende a diretora do Secovi ( Carlos Sousa Ramos/AAN)

Proprietários de imóveis disponíveis para locação há mais de três meses no mercado, e que não conseguem atrair interessados, precisam começar a rever alguns fatores que podem estar dificultando a negociação. A diretora de locação da Regional Secovi de Campinas, sindicato que representa as empresas do setor da construção, Rosana Chiminazzo, diz que nas condições atuais do mercado imobiliário, o tempo razoável de prateleira de um imóvel para locação gira em torno de três meses.Se a unidade estiver localizada em São Paulo, o tempo cairia para um mês para imóvel residencial. Na Capital, pesquisas do setor apontaram que o tempo médio para locação em junho era de 18 a 38 dias para apartamento e de 13 a 32 dias para casas. EncalheIndependentemente do mercado onde o imóvel está localizado — Capital ou Interior — o aumento do tempo de oferta da unidade pode estar ligado a erros em alguns aspectos e que acabam “encalhando” o produto. O primeiro ponto observado é o preço pedido, que deve ser o resultado de uma avaliação baseada na situação econômica e no preço médio praticado para imóveis semelhantes, observa Rosana. “O momento é de uma grande oferta de imóveis para locação na cidade, o que sugere repensar os valores e oferecer mais flexibilidade no negociação”, defende a diretora do Secovi.Isso significa que, mesmo imóveis bem localizados, amplos e com garagem, nem sempre serão locados pelo preço idealizado pelos seus proprietários, dadas as condições do mercado.A ampliação da oferta de produto gera mais opções aos interessados, levando imóveis com preço baixo e péssimas condições de conservação a permanecerem mais tempo desocupados. Rosana ressalta que a preocupação do proprietário com as condições físicas da propriedade é fundamental para acelerar a ocupação do imóvel, seja ele residencial ou comercial. Boa aparênciaA boa aparência do produto, principalmente com relação à pintura e atualizações nos ambientes, como remoção de banheira antiga, troca de piso desgastado e instalação de armários planejados, segundo a executiva da entidade, são fundamentais para a escolha do imóvel. “Quem procura um imóvel para locar irá preferir a opção mais atualizada”, reforça.Considerando sua experiência no setor, por administrar uma das imobiliárias mais tradicionais do mercado, Rosana conta que após o período de 90 dias, o proprietário precisa reposicionar o imóvel no mercado, e a melhor forma é começar a ouvir os comentários das pessoas que visitam o local, o que acham da localização e das condições de conservação.Em imóveis comerciais não é diferente, a única peculiaridade é que geralmente os interessados no ponto comercial aceitam reformar o imóvel mediante negociação do preço do aluguel durante um determinado período. “Já houve casos em o locatário assumiu o conserto do telhado com redução do aluguel por um período de seis meses”, conta a diretora de locação do Secovi. Quando as reformas implicam em mudanças nas características do imóvel e que serão executadas pelo inquilino, ele fica responsável pela regularização das alterações nos órgãos públicos.Outro ponto que pode restringir as negociações da locação é a forma de garantia locatícia. Rosana esclarece que o tipo de garantia aceita fica a critério do locador que, por exemplo, pode preferir somente o seguro fiança. Outra opção é o título de capitalização referente a 10 ou 12 aluguéis.Principais erros= Oferecer o imóvel em péssimo estado de conservação faz com que o imóvel perca a atratividade em razão do volume de unidades disponíveis e da oferta de imóveis mais competitivos em preço e aspecto físico = Não adaptar o imóvel para comércio e não aceitar negociar o valor do aluguel para que o interessado faça a reforma = Ser inflexível na aceitação do tipo de garantia locatícia. Além de fiador o mercado também opera o seguro fiança e título de capitalização = Não permitir que o locatário faça pequenas alterações no imóvel, por exemplo, furar as paredes para instalar armários de cozinhas e quadros. São modificações que serão revertidas antes da entrega do imóvel, pois o inquilino se compromete a deixar a unidade nas condições em que foi encontrada = Não optar pela exclusividade. Anunciar o imóvel em várias imobiliária denota a impressão de ser um local difícil de alugar. Outro problema é que muitas empresas com a chave dificulta rastrear quem deixou luz acesa e janelas abertas, por exemplo. = Não oferecer armários planejados. As novas gerações são adeptas a imóveis que oferecem o máximo de comodidade. Fonte: Secovi

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