NECESSIDADE

Idosa busca ajuda para exames nos semáforos

Juraci Maria Silva, de 71 anos, disse que demora do SUS e tumor no cérebro justificam os sacrifícios

Gilson Rei
06/09/2019 às 21:14.
Atualizado em 30/03/2022 às 12:44

“Há muitas razões para duvidar e uma só para Crer”. A frase estampada em um cartaz seguro por uma idosa,com boné na cabeça, que luta contra um tumor no cérebro, chama a atenção de quem passa de carro em semáforos de vias movimentadas de Campinas. Nesta sexta-feira (6), ela estava próxima ao Viaduto Laurão, na Avenida José de Souza Campos (Via Norte-Sul), no bairro Cambuí. Com a placa levantada entre os carros, ela pedia dinheiro para tentar pagar consultas médicas e exames em seu tratamento contra um tumor no cérebro. Indagada pela reportagem, Juraci Maria Silva, de 71 anos, disse que mora sozinha na Vila Mimosa. Ela afirmou que a única filha está casada, mas não tem condições de ajudar financeiramente em seu tratamento. Juraci explicou que em abril deste ano estava sentindo muitas dores na cabeça e foi a um hospital particular da cidade, onde foi atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na ocasião, ela disse que os médicos indicaram um exame de ressonância magnética, mas a equipe do hospital informou que seria possível fazer este exame apenas em 2020. “Os médicos aconselharam uma procura pela ressonância magnética no hospital Ouro Verde ou no Mário Gatti, mas fiquei muito abalada com a notícia de um possível tumor e não fui nos dois hospitais”, afirmou. Preocupada em ser atendida o mais rápido possível, a mulher decidiu buscar ajuda nos semáforos para fazer consulta e exame de ressonância em clínica particular. “Eu tenho uma aposentadoria que dá para pagar apenas o básico em casa”, explicou. Segundo Juraci, a consulta gira em torno de R$ 400 e a ressonância, R$ 1,2 mil. Depois de três meses nos semáforos da Lagoa do Taquaral, a mulher conseguiu arrecadar R$ 900. Porém, dois rapazes decidiram ajudar a mulher com algo mais. “Não sei o nome completo deles, mas sei que um é Fernando e o outro é Leandro. Eles decidiram pagar os R$ 700 restantes e fui à clínica médica”, disse. O médico que atendeu Juraci confirmou a existência de um tumor benigno no cérebro e a necessidade de realizar o acompanhamento a cada três meses, para avaliação médica e exame de ressonância. Ou seja, um gasto de R$ 1,6 mil a cada três meses que ela não dispõe. Diante disso, Juraci decidiu voltar às ruas para pedir dinheiro novamente. Atualmente, ela está nos semáforos da região da Norte-Sul. Porém, a batalha dela tem mais um detalhe. “Eu não posso ficar no Sol, por recomendação do médico. Por isso, procuro locais com sombra”, afirmou. Os dois rapazes que ajudaram Juraci afirmaram para ela que estão buscando um jeito de dar um plano de saúde para ela. “Eles me procuraram e disseram que quando conseguir um plano vão me dar”, disse. A próxima consulta médica e exame de ressonância deverão ocorrer no final de outubro e ela ainda busca verba. “Infelizmente, o sistema público não tem a mesma rapidez do sistema particular e, por isso, sou obrigada a sair pelas ruas e contar com a ajuda dos anjos”, afirmou. Quem puder ajudar poderá procurar nestas regiões ou ligar para o celular que ela mostra no cartaz: (19) 99696 -2020.

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