REFERÊNCIA EM PESQUISA AGRÍCOLA

IAC completa 138 anos com o anúncio de novas variedades

Espécies de feijão, laranja, batata e milho foram disponibilizadas ao setor agrícola

Da Redação
28/06/2025 às 11:30.
Atualizado em 28/06/2025 às 13:08

Entre os destaques que consolidam a excelência do órgão está o desenvolvimento de 1.189 cultivares de uma centena de espécies (Rodrigo Zanotto)

O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) comemorou ontem 138 anos com o anúncio de novas variedades cultivadas nos últimos 12 meses e que já foram disponibilizadas ao setor agrícola. De acordo com o órgão, entre as espécies estão feijão, citros, cana-de-açúcar, batata, batata-doce, laranja, milho e painço. "A atuação do Instituto Agronômico segue alinhada com as necessidades dos agricultores de diversos segmentos e as demandas dos mercados. Nossa excelência científica nos conecta com parceiros que reconhecem o IAC como gerador de soluções tecnológicas eficientes para o enfrentamento dos desafios atuais, com a experiência de quem conhece o panorama da agricultura nacional por tê-lo vivenciado ao longo de muitas décadas", disse o pesquisador e diretor-geral do órgão, Marcos Landell.

Entre os lançamentos estão dois novos cultivos de laranjas Kawatta e Majorca, que são produtivas, precoces e têm alta qualidade de suco. De acordo com a pesquisadora do IAC, Marinês Bastianel, essas laranjas têm excelente qualidade, podendo ser destinadas para industrialização de suco e também para consumo in natura. "Esses materiais foram avaliados em diferentes condições climáticas paulistas e se adaptam bem em condições distintas de clima. Esse perfil é muito interessante para a abertura de novas fronteiras de citros, pois têm potencial de serem validadas em regiões com condições diferentes das tradicionalmente utilizadas para o cultivo de laranjas no Estado de São Paulo", explicou.

Essas novas variedades, chamadas de copa de citros, resultam de parceria entre o Centro de Citricultura "Sylvio Moreira" do IAC com a Embrapa e a Fundação Coopercitrus Credicitrus. Estes parceiros fizeram a avaliação dessas novas variedades em diversas condições paulistas, além das realizadas inicialmente pelo IAC nas coleções de campo. Introduzidas pelo Instituto, estas duas variedades estão presentes há cerca de 50 anos no Banco de Germoplasma do Centro de Citricultura do IAC, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

"São 138 anos de histórias fundamentais para a agricultura do Brasil e até do Exterior, sem nunca perder de vista o futuro e os desafios do setor, que são grandes e sempre estarão presentes. Nossa meta é desenvolver suporte tecnológico capaz de superá-los, contribuindo para o avanço da ciência com disponibilização de tecnologias agrícolas sustentáveis", comentou a pesquisadora e vice-diretora do IAC, Regina Célia de Matos Pires. 

Já no Programa Cana IAC, duas novas variedades de canade-açúcar serão liberadas no próximo mês de novembro. As características são de alta produtividade agroindustrial e fechamento rápido de entrelinhas, de acordo com o instituto. 

FEIJÃO 

Responsável pelo desenvolvimento do feijão carioca - o tipo mais consumido no Brasil -, o Instituto Agronômico lançou este ano o 60ª novo tipo carioca: a IAC 2560 Nelore, que tem alta tolerância à antracnose e ao escurecimento dos grãos. Esta característica agrada ao consumidor, que não quer um feijão escuro, e favorece a cadeia produtiva, que pode armazenálo por cerca de 12 meses, sem perder venda. 

Dentre as batatas-doces mais plantadas no Brasil, a cultivar IAC Dom Pedro II apresenta 65 vezes mais carotenoides, compostos que podem ser convertidos em vitamina A. Além desta característica altamente benéfica para o consumidor, a cultivar tem alta produtividade comercial - de 68 toneladas, por hectare -, precocidade e bom cozimento, atributos que atendem às necessidades do agricultor e demais elos da cadeia de produção. 

A nova cultivar de batata-doce de polpa alaranjada escuro e com sabor agradável desenvolvida pelo Instituto Agronômico é excelente para uso culinário com o diferencial de tornar este alimento mais nutritivo, graças à biofortificação obtida no processo de melhoramento genético convencional. 

"Além desta característica que atrai consumidores, a nova batata-doce IAC apresenta produtividade 49% superior à da principal variedade cultivada no Estado de São Paulo, chamada Canadense", disse Valdemir Antonio Peressin, um dos pesquisadores responsáveis pelo cultivo. Ele ressalta que esta batata pode ser uma opção nutricional bem interessante para alimentação escolar, por meio de ações públicas para aquisição de alimentos. 

A HISTORIA 

Fundado em 1887, por D.Pedro II, que este ano completaria 200 anos, o IAC se tornou referência nacional e internacional por suas inovações tecnológicas, desenvolvimento de cultivares e soluções sustentáveis que revolucionaram diferentes cadeias do agronegócio. Seus resultados impactam diretamente lavouras, empresas, cooperativas e milhões de produtores rurais em todo o país.

"Como em todos os aniversários do IAC, é inevitável ressaltar a longevidade e atualidade da mais antiga instituição de pesquisa agrícola do Brasil. Mas, 2025 é especial pois estamos comemorando 138 anos da fundação e 200 anos do nascimento do nosso fundador, o Imperador D. Pedro II", ressalta o pesquisador e vice-diretor do IAC, Heitor Cantarella.

Entre os destaques que consolidam a excelência do Instituto está o desenvolvimento de 1.189 cultivares de uma centena de espécies. Entre essas estão 69 tipos de café arábica, responsáveis por cerca de 90% dos cafezais no Brasil da espécie. Na mesa do brasileiro chegam cultivares de feijão de alta performance - são61 cultivares IAC, que respondem por 25% da área deste grão cultivada nacionalmente.

O Estado de São Paulo lidera em produtividade média por área de feijoeiro e ocupa a sexta posição na produção brasileira deste alimento - a maior fonte de proteína vegetal na dieta nacional. As cultivares IAC de amendoim ocupam 80% das lavouras paulistas, que são responsáveis por 80% de todo o amendoim nacional. O Instituto já desenvolveu 21 cultivares desta oleaginosa com o objetivo de proporcionar resistência a doenças, qualidade agronômica e industrial, destacando-se os materiais com mais de 80% de ácidos oléicos. 

O Programa Cana IAC também se destaca com 35 variedades registradase720 ensaiosem desenvolvimento em 11 estados, refletindo o compromisso do Instituto com a produtividade e a inovação do setor sucroenergético.  

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