Edição será publicada aos domingos para o desenvolvimento das 19 cidades do bloco regional
Vista aérea de Campinas, maior cidade do bloco que abriga 3 milhões de habitantes e é destaque no Interior do Estado mais rico da nação ( Cedoc/RAC)
O Correio Popular lança neste domingo (15) o caderno Região Metropolitana, iniciativa que reforça o conteúdo editorial e o compromisso social do jornal com as 19 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC). O novo produto amplia o espaço de interação com leitores dos municípios do bloco, reforça o papel regional do Grupo RAC e tem como objetivo promover discussões sobre o desenvolvimento da RMC. O caderno sairá aos domingos.Em crescimento vertiginoso, a RMC se tornou um dos principais polos econômicos e arrecadadores do Estado e do País. Campinas continua sendo a cidade com mais empresas da região, mas municípios de médio e pequeno porte desenvolvem em ritmo acelerado seu potencial industrial e abrigam cada vez mais companhias, entre elas grandes multinacionais. A região também tem o melhor índice de bem-estar entre os 15 conglomerados urbanos do País, segundo pesquisa do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Observatório das Metrópoles, com base no Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Mas o poderio econômico vem atrelado a discussões importantes nas grandes metrópoles, como mobilidade urbana, saúde e segurança. E o planejamento para melhorar esses setores deve ser feito em conjunto com as 19 cidades, segundo o presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC e prefeito de Vinhedo, Milton Serafim (PTB). “No conselho, discutimos os principais problemas para que continuemos crescendo juntos, independentemente dos partidos ou ideologia dos prefeitos.” O presidente afirmou que a iniciativa do Grupo RAC de lançar o caderno é a oportunidade de cidades em ascensão se projetarem na grande mídia, além de levar informação de qualidade à população. “Vamos entrar no microcosmo rico dessas cidades, que têm muito o que mostrar.”O prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), afirmou que ações como a criação do Gabinete Metropolitano de Gestão Estratégica de Segurança Pública (Gamesp), junto ao Estado, já tratam a questão da criminalidade na RMC. “No transporte, temos o projeto da instalação do trem metropolitano, além da implantação do cartão SUS regional.” Ainda segundo Jonas, o caderno significa mais prestação de serviço para as quase 3 milhões de pessoas que vivem na região.Para Sylvino de Godoy Neto, presidente do Grupo RAC, o caderno consolida definitivamente o Correio como principal porta-voz da região. “Vamos participar da consolidação da RMC com políticas públicas que privilegiem as cidades de forma ordenada. Estamos na região mais rica do Interior de São Paulo, que por sua vez é a mais pujante do País. Diante dessa importância, as decisões devem ser tomadas em benefício de um conjunto.” Godoy fez uma analogia entre a RMC e a União Europeia, onde problemas em uma nação, necessariamente, afetam outra.Presidente do Parlamento da RMC, o vereador de Valinhos Lourival Messias de Oliveira (PT), afirmou que o caderno ajudará a fomentar discussões relevantes sobre a região nas câmaras. “Acho louvável que o maior jornal da região tenha essa preocupação. Temos que fazer um trabalho conjunto, de Engenheiro Coelho a Itatiba.” José Nunes Filho, presidente do Ciesp-Campinas, afirmou que muito do crescimento da RMC no período em que Campinas esteve estagnada politicamente foi graças ao desenvolvimento industrial de cidades como Hortolândia, Sumaré, Valinhos e Artur Nogueira. “São municípios que merecem mais destaque na mídia.”Cidades buscam aliar desenvolvimento a bons índices A RMC tem o melhor índice de bem-estar entre os 15 conglomerados urbanos do País. Os dados foram divulgados em agosto pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Observatório das Metrópoles, com base no Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Dos cinco indicadores analisados, a RMC aparece na primeira posição em dois deles. Cada uma das cidades que compõem as regiões também foi avaliada. Entre as dez melhores, oito são vizinhas de Campinas. Apesar da boa colocação, pesquisadores e especialistas afirmam que a região também enfrenta problemas e precisa avançar.O Índice de Bem-Estar Urbano (Ibeu) pontuou os indicadores com nota de zero a um. A RMC foi a única que ficou com a pontuação acima de 0,8, considerada com nível bom ou excelente de bem-estar urbano. Entre os critérios, foram avaliadas as condições ambientais urbanas — que levam em conta a arborização do entorno dos domicílios, esgoto a céu aberto e lixo acumulado —, e os serviços coletivos urbanos — atendimento adequado de água, de esgoto, de energia e coleta de lixo. Os pequenos municípios da região também buscam desfrutar das benesses de serem parte de uma região altamente industrializada. Eles investem pesado em leis de incentivos fiscais e em oferta de terras mais baratas para atrair fábricas. A estratégia começa a dar resultado, com uma maior participação da indústria e de serviços no Produto Interno Bruto (PIB) dessas cidades. Mas os governos também querem manter a face rural e procuram conciliar as atividades do campo com o ritmo frenético das linhas de produção.Seis municípios com menos de 45 mil habitantes — Artur Nogueira, Engenheiro Coelho, Holambra, Pedreira e Santo Antônio de Posse — apresentaram juntos um PIB de R$ 2,37 bilhões em 2010, último dado disponível no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2006, o valor somou R$ 1,84 bilhão. O crescimento em cinco anos foi de 29,03%. O setor industrial teve uma evolução de 38,68%, passando de R$ 395,23 milhões para R$ 548,13 milhões. A área de serviços aumentou em 29,13%. O valor foi de R$ 1,06 bilhão para R$ 1,38 bilhão.