REAÇÃO NO PARLAMENTO

Hossri encabeça pedido para instalar CEI contra Zé Carlos

Vereador e mais três colegas tentam colher 11 assinaturas para investigar caso

Da Redação
18/08/2022 às 09:00.
Atualizado em 18/08/2022 às 09:01
Vereadores participam de sessão ordinária da Câmara Municipal, realizada ontem à noite no Teatro Bento Quirino, sem a presença do presidente da Casa, Zé Carlos, alvo de denúncia (Kamá Ribeiro)

Vereadores participam de sessão ordinária da Câmara Municipal, realizada ontem à noite no Teatro Bento Quirino, sem a presença do presidente da Casa, Zé Carlos, alvo de denúncia (Kamá Ribeiro)

Os vereadores de Campinas começaram a se movimentar após a operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que apura cobranças de propinas para a manutenção ou prorrogação dos contratos de execução de serviços terceirizados na Casa de Leis. Durante a tarde de na quarta-feira (17), vereadores comunicaram à imprensa o desejo de pedir a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) ou de uma Comissão Processante.

Na primeira reunião ordinária da Câmara, ontem à noite, após a operação do Ministério Público, quatro vereadores apresentaram um requerimento conjunto solicitando a abertura de uma CEI. Principal alvo da operação, o presidente da Câmara, Zé Carlos (PSB), não compareceu à reunião, que foi presidida pela 1ª vice-presidente, a vereadora Débora Palermo.

A autoria do requerimento é do vereador Nelson Hossri (PSD), com a co-autoria de Paulo Gaspar (NOVO), Major Jaime (PP) e Marcelo Silva (PSD), sendo que esse último foi o autor da denúncia. Eles começaram os diálogos com os demais membros da Câmara, porém até o final do dia de ontem não tinham reunido as 11 assinaturas necessárias para dar andamento ao pedido.

Hossri explicou o que pretende com a Comissão. "Vamos chamar todos os empresários que estão envolvidos nesses contratos. Vamos pedir a cópia integral dos contratos para poder dar uma resposta à população." O vereador disse acreditar que conseguirão as 11 assinaturas em até uma semana diante de fatos novos que podem sair nos próximos dias.

Outros parlamentares também acreditam que não deve demorar para que o conteúdo dos três áudios seja revelado. Alguns vereadores que ainda não assinaram o documento conversaram com a reportagem e demonstraram cautela até conhecerem o real teor das conversas. 

Hossri reconheceu que é necessário um pouco mais de tempo para que vereadores possam estudar o caso antes da opção pela assinatura. "Você realmente precisa ter uma responsabilidade naquilo que está assinando. É uma fiscalização, não é brincadeira."

O vereador Marcelo Silva prevê que o número de assinaturas será superior ao que é necessário. "Não posso cravar, mas passaremos de 11 (vereadores assinando) a partir do momento em que eles se sentirem mais confortáveis. Uma coisa sou eu falando, eu tenho a minha consciência limpa do que ouvi (nos áudios). A partir do momento que eles tiverem ciência, vão ver que é um pedido escancarado de corrupção e de favorecimento." Marcelo informou que protocolou um pedido de acesso aos autos do processo, uma vez que foi citado.

Em discurso na tribuna, a vereadora do PSOL, Mariana Conti, defendeu que os vereadores tenham acesso aos áudios e que a investigação deveria incluir os demais contratos de terceirização. Outros vereadores que conversaram com a reportagem disseram ter a mesma opinião. "Falei para o Marcelo Silva que estou disposta a conversar. Conversando com o vereador Paulo Bufalo (PSOL), que é meu companheiro de bancada, (falamos que) queremos saber, ouvir, ver quais são os fatos concretos e estamos dispostos a dialogar. Entendo que precisamos fazer um pente fino nos processos de terceirização", defendeu Mariana.

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