saúde em crise

Hospital Ouro Verde vive um dia inteiro de caos

Teve gente que aguardava por mais de dez horas sem saber se conseguiria ser atendido. Ante uma ameaça de tumulto, à noite, a Guarda Municipal foi acionada

Henrique Hein
henrique.hein@rac.com.br
10/04/2018 às 07:36.
Atualizado em 23/04/2022 às 10:41

Pacientes chegaram a aguardar por mais de dez horas sem saber se seriam atandidos; administração promete apurar quais foram as causas (Henrique Hein/AAN)

Banheiros sujos, calor, falta de água e de ventiladores. e muita demora no atendimento. Os pacientes que procuraram ontem o pronto atendimento do Hospital Ouro Verde, em Campinas, precisaram contar com paciência extra durante quase todo dia para conseguirem passar, ao menos, pelo serviço de triagem, que em alguns casos chegou a ter quatro horas de atraso no atendimento. Teve gente que aguardava por mais de dez horas sem saber se conseguiria ser atendido. Ante uma ameaça de tumulto, à noite, a Guarda Municipal foi acionada. A consultora de telemarketing, Elizabeth Pereira, de 29 anos, comentou que chegou ao complexo hospitalar por volta das 14h20. Ela contou que fraturou pé recentemente e que procurou um médico porque estava com muita dor (ela apresentava dificuldade para andar). “A única justificativa que as atendentes nos deram é de que estavam seguindo o procedimento normalmente e que era para a gente esperar sete horas, porque antes disso não seríamos atendidos. Já estou aqui há mais de cinco e só tem três médicos atendendo todo mundo. É um absurdo o que estão fazendo com a gente”. Ela complementou dizendo que antes das 15h uma enfermeira que estava realizando a triagem sumiu e que a reposta obtida era de que a médica precisou sair para atender uma emergência. “Depois disso, a porta dos médicos ficou mais de uma hora fechada e quando eu liguei para vocês do Correio para denunciar a situação, as moças do atendimento me ouviram e rapidamente surgiram três enfermeiras do nada. Por que será que alguém apareceu, né?”, ironiza a consultora. A dona de casa, Luciana de Fátima Silva, de 41 anos, precisou de ajuda para socorrer o marido que ficou estatelado no chão. Ela contou que ele estava doente e que passou mal devido ao mormaço que se formou dentro da sala de espera. Enquanto a reportagem esteve lá, nenhum médico ou atendente chegou a se aproximar do homem. “Meu marido passou mal e a gente colocou ele aqui no chão, do lado de fora, para respirar um pouco ”, disse. Além da demora no atendimento, a reportagem ainda constatou que o pouco de água disponível no bebedouro estava quente — não havia copos descartáveis. Além disso, os banheiros, tanto feminino quando masculino, estavam sujos. Para piorar, não havia ventilador ou ar-condicionado. Por volta das 19h20, os pacientes começaram a bater na porta de um dos médicos cobrando explicações. Ele informou que estava atendendo com horário do meio-dia. O interventor do Ouro Verde, Marcos Pimenta, disse que não estava sabendo do ocorrido, mas que tomaria as medidas necessárias.

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