saúde

Hospitais ficam quase vazios na hora da partida

Mário Gatti e PA Campo Grande, que lotam em dias normais, tiveram movimento bem menor na tarde de ontem

Renato Piovesan
28/06/2018 às 07:24.
Atualizado em 28/04/2022 às 14:08
Hospital Mário Gatti: movimento intenso na segunda-feira (à esq.), com espera de até 4 horas, e tranquilidade total, ontem, no mesmo horário (Matheus Pereira/Especial para a AAN)

Hospital Mário Gatti: movimento intenso na segunda-feira (à esq.), com espera de até 4 horas, e tranquilidade total, ontem, no mesmo horário (Matheus Pereira/Especial para a AAN)

Dor de cabeça? Cólica renal? Diarreia? Ao menos durante o jogo do Brasil, os maiores hospitais públicos de Campinas estiveram praticamente vazios. Conhecidos pela demora para atendimento e caos nas filas de espera em dias de semana, o Hospital Municipal Dr. Mário Gatti e a Unidade de Pronto-Atendimento (PA) Campo Grande tiveram movimento bem menor na tarde de ontem, quando a Seleção Brasileira jogava contra a Sérvia pela Copa do Mundo. O mesmo já havia ocorrido nas partidas anteriores do time do técnico Tite, contra Suíça e Costa Rica. A reportagem esteve nos dois hospitais na última segunda-feira entre 15h e 17h, mesmo horário do jogo de ontem do Brasil, e constatou um cenário que já virou rotina: filas de espera de até 4 horas, reclamações de usuários e queixas de poucos médicos. Ontem foi bem diferente. No Mário Gatti, um atendimento com médico ou enfermeiro, que costuma levar de 3h a 4h, demorou apenas 15 minutos em média ontem durante a partida. “Seria ótimo se sempre fosse assim”, disse o autônomo Henrique da Silva, 20 anos, que precisou levar seu filho de 2 anos ao hospital após ter machucado a mão. “Eu queria estar vendo o jogo, mas o mais importante é meu filho. Ele estava chorando, então tivemos que vir”, afirmou o pai. Apesar de estar com uma camisa do Corinthians, Anderson Ricardo Lima dos Santos, de 28 anos, que está desempregado, deixou para fazer um curativo no dedo durante o jogo, e ainda aproveitou para criticar a saúde no Brasil. “Não estamos precisando de futebol, estamos precisando de saúde de qualidade”, desabafou. O autônomo Marcos Roberto Moraes Junior, de 23 anos, se envolveu em um acidente com sua motocicleta no distrito de Sousas e estava com pressa para ir embora do hospital. Sua namorada, com a camisa do Brasil, não deixou ele sair do local antes de fazer todos os curativos. “Acabei tendo ferimentos na mão e na perna, para tirar o raio X foi bem mais rápido que normalmente, mas tive que esperar quase 1 hora na ortopedia para ser liberado”, relatou. O Pronto-Socorro Adulto do Hospital Mário Gatti realiza, em média, 12 mil atendimentos por mês. O Infantil, 5,7 mil. Já a Unidade de Pronto Atendimento do Campo Grande realiza, em média, 14 mil atendimentos por mês. A Secretaria de Saúde não informou o número de pessoas que foram atendidas nos dois hospitais durante os jogos do Brasil. 

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