NA ALA PEDIÁTRICA

Hospitais de Campinas apontam lotação de suas alas pediátricas

Hospitais PUC-Campinas e Maternidade estão atendendo acima da capacidade

Ronnie Romanini
20/05/2022 às 09:08.
Atualizado em 20/05/2022 às 09:08
Hospital PUC-Campinas: superlotação persistiu ontem, com 23 bebês prematuros ocupando a unidade, ainda acima da capacidade (Ricardo Lima)

Hospital PUC-Campinas: superlotação persistiu ontem, com 23 bebês prematuros ocupando a unidade, ainda acima da capacidade (Ricardo Lima)

Em meio à crise na saúde pediátrica, com a alta ocupação nas estruturas de UTI e demanda acima da capacidade nas enfermarias do SUS Municipal, o Hospital PUC-Campinas e a Maternidade de Campinas emitiram alertas em relação à alta ocupação que também acontece nos leitos de UTI Neonatal. Na quarta-feira, o Hospital PUC-Campinas trabalhou acima da capacidade e adotou a orientação à população de que não procure o hospital neste momento para que possa ser garantida e preservada a qualidade do atendimento e a segurança técnica na assistência.

Das 20 estruturas instaladas no hospital, 16 são destinadas ao convênio com o SUS, 28 bebês prematuros estavam internados, sendo 26 do SUS. A superlotação persistiu ontem, com 23 bebês prematuros ocupando a unidade, ainda acima da capacidade.

"Isso significa que tanto a qualidade, como o espaço físico e estrutura têm um risco técnico enorme. Por isso, estamos pedindo a colaboração da população para não se dirigir ao hospital neste momento, até melhorar o contexto que estamos vivendo aqui, tanto das crianças como das gestantes. A demanda espontânea é grande e estamos com as gestantes no Centro Obstétrico ocupando todo o espaço, todos os leitos e não temos mais onde colocá-las", explicou a diretora técnica Rita Ishida.

Na quinta-feira (19), havia cinco gestantes no Centro Obstétrico e no Pronto Atendimento de Ginecologia e Obstetrícia (P.A.G.O.). com previsão de parto prematuro e possível necessidade de leito de UTI Neonatal. Além disso, a enfermaria está lotada, o que faz com que o Centro Obstétrico não consiga transferir as puérperas para lá. Para a diretora técnica, o motivo da superlotação é a falta de leitos no município e também na região.

A Maternidade continua com o mesmo problema de superlotação que perdura desde o início do ano. Ontem, às 17h, havia 24 recém-nascidos internados pelo SUS em leitos de UTI Neonatal, também acima da capacidade, já que são 22 as estruturas intensivas destinadas ao SUS. A Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) está com todas as 17 vagas ocupadas por recém-nascidos. Além disso, são 11 pacientes com gestação de alto risco - 110% de ocupação, também acima da lotação máxima. 

No mês passado, a Unidade de Emergência Referenciada Pediátrica do Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp precisou restringir os atendimentos e encaminhamentos pediátricos por alguns dias devido à superlotação nas estruturas de UTI e enfermaria. 

Para “tentar” aliviar um pouco a situação, o Hospital Dr. Mário Gatti instalou ontem mais sete leitos de enfermaria pediátrica. De acordo com o comunicado, seis são destinados à enfermaria geral e um para isolamento, instalados em uma área que era utilizada para observação. Esse setor será transferido para outro local dentro do pronto-socorro infantil.

Para o custeio, serão usados recursos próprios da Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar, com a Secretaria Estadual de Saúde comprometendo-se a complementar os valores caso seja necessário.

Vale lembrar que a Prefeitura de Campinas se reuniu no dia 6 de maio com representantes de hospitais da cidade e, após a reunião, com deliberações consensuais, pediu investimento do governo estadual para instalação de mais estruturas em Campinas e cidades da região, e também a reabertura de até 30 leitos no Hospital Estadual de Sumaré (HES).

O presidente da Câmara Municipal de Sumaré, William Souza (PT), reforçou a mesma demanda em ofício ao governador Rodrigo Garcia (PSDB). Ele já havia solicitado o mesmo em 2021, mas a demanda não foi aceita. Agora, ele procurou o Ministério Público Estadual para que o órgão tenha ciência da crise e possa contribuir para ampliar a capacidade de atendimento do HES.

Na próxima segunda-feira, 23, está prevista uma nova reunião entre o prefeito Dário Saadi (Republicanos) e os representantes da área de saúde do município. O intuito é avaliar como estão os encaminhamentos dados no último encontro e discutir soluções para reduzir a pressão sobre os leitos infantis.

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