A Sociedade Educativa de Trabalho e Assistência (Seta), Organização da Sociedade civil sem fins lucrativos, atua desde 1973 na prestação de serviços
Comunidade Jardim Guaraçaí, na região da Chácara da Barra, conta com o projeto das entidades (Feac/Divulgação)
A Sociedade Educativa de Trabalho e Assistência (Seta), Organização da Sociedade civil (OS) sem fins lucrativos, atua desde 1973 na prestação de serviços na área social. A idealizadora, Odith Fernandes de Oliveira Fontanini, montou a entidade na garagem da própria casa, quando contava com a ajuda de amigos reunidos em torno do mesmo ideal: ministrar palestras educativas e distribuir roupas, alimentos e medicamentos para as famílias de baixa renda. Sempre foi difícil conseguir recursos para as atividades. O próprio projeto interno de educação ambiental estava parado, por falta de dinheiro. Até que, em abril deste ano, apareceu o grupo de voluntários treinado pela Fundação Feac. A turma cultivou duas hortas, tendo cada uma cerca de dez metros quadrados. Quem cuida da manutenção são os funcionários da OS e os próprios usuários do serviço. Também foi feito o convite para que os vizinhos façam uso do espaço e usufruam do que é plantado: frutas, verduras, legumes e hortaliças. “Os educadores do serviço de convivência usam o projeto como recurso para trabalhar com as crianças e adolescentes os vínculos comunitários e familiares. Além disso, desenvolvemos a autonomia e o sentido de responsabilidade dos atendidos”, explica o psicólogo Carlos Eduardo Lugli, o Cadú, que há dez anos integra a OS. As hortas foram montadas na Comunidade Jardim Guaraçaí, localizada na região da Chácara da Barra, unidade da Seta que já trabalhava as atividades de convivência e fortalecimento de vínculos para 210 usuários, entre crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Por toda a cidade, a Seta atende cerca de 1.400 pessoas. São famílias carentes e adolescentes que cumprem medidas socioeducativas. Cidadania ativa De acordo com Marcela Doni, assessora da Feac , a fundação sempre motivou a ação voluntária dentro de entidades. Em 2015 foi inaugurado o Centro de Voluntariado, que passou a oferecer palestras de orientação, preparação e esclarecimento para pessoas interessadas em engajar em alguma ação sem receber nenhum salário para isso. Começou, então, o trabalho efetivo para encontrar pessoas dispostas a atuar como voluntárias. Em 2017, foi firmada a parceria com a Prefeitura. Surgiu a plataforma Transforma Campinas, unindo poder público aos cidadãos engajados. A horta na Seta se tornou então um símbolo da efetividade do programa Cidadania Ativa, que mantém em Campinas diversos projetos que buscam envolver a própria sociedade na gestão de instituições que não poderiam se sustentar. Mas o que é bom ainda pode melhorar. A Fundação Feac desenvolve um grupo de incentivo ao voluntariado empresarial. O projeto prevê a atração de empresas dispostas a financiar e executar atividades sociais em espaços públicos ou dentro de cada OS. Em tempos de crise, setor recebe apoio Ao contrário do que se poderia supor, a crise não prejudica a ação voluntária. Seria natural acreditar, por exemplo, que o cidadão desempregado, sem dinheiro, ia preferir usar o tempo procurando trabalho. Mas na prática acontece o inverso. As pessoas passam a se dedicar a atividades informais, onde elas podem aumentar a rede de contatos e, ao mesmo tempo, ganhar experiência em alguma atividade laboral. “Quando é voluntária, a pessoa é consciente do próprio papel dentro da comunidade onde ela ganha o seu sustento”, avalia Marcela Doni, da Fundação Feac. “Está cada vez mais nítido que só há mudança quando fazemos algo.” O voluntariado inspira uma verdadeira paixão pelo ofício escolhido. Até quem tem emprego acaba encontrando um tempinho para a solidariedade. “Engajada e comprometida, a pessoa faz a diferença. Nem que for uma vez por mês”, afirma. ENTENDA Muvo (Mutirão Voluntário): realiza ações integradas de cidadania ativa em espaços públicos e organizações da sociedade civil. Motiva (Mobilização, Orientação, Treinamento e Incentivo a Voluntários): inspira e prepara pessoas para atuação em iniciativas de cidadania ativa e de apoio às OS. Manualização da Conferência Municipal de Assistência Social: propõe nova atuação para realização da Conferência Municipal de Assistência Social, para que ela seja participativa, objetiva e viável de implantação. Nós na Praça: fomenta a formação de núcleos criativos para revitalização e apropriação do espaço público, além de envolver a população em atividades artísticas, culturais e esportivas. COMO PARTICIPAR As pessoas interessadas em participar dos programas de orientação, treinamento e ajuda às organizações benemerentes não precisam ter nenhum cadastro prévio. Basta comparecer no local e horário da atividade planejada, assinar uma declaração de que é voluntário para receber seu avental, ferramentas e materiais. SAIBA MAIS Os contatos com o grupo idealizador dos mutirões voluntários podem ser feitos pelo endereço eletrônico http://[email protected] ou pelo telefone (19) 3794 3544