violência urbana

Homenagem silenciosa pede Justiça

Familiares e amigos da Comunidade Oziel, Monte Cristo e Gleba B (OMG), fizeram ontem um protesto silencioso nas redes sociais

Alenita Ramirez
07/05/2020 às 07:55.
Atualizado em 29/03/2022 às 12:26

Familiares e amigos da Comunidade Oziel, Monte Cristo e Gleba B (OMG), fizeram ontem um protesto silencioso nas redes sociais em homenagem ao adolescente Jordy Moura Silva, de 15 anos, assassinado por um Guarda Municipal (GM), de Campinas, no dia 5 de abril enquanto participava de um rolezinho de motos com um grupo de amigos em uma obra de prolongamento do Anel Viário Magalhães Teixeira, no bairro Reforma Agrária, região da extinta Fazenda Bradesco. O grupo compartilhou uma nota de repúdio, na qual pedem por justiça das autoridades. “Enquanto comunidade, estamos fazendo uma mobilização simbólica para a data não passar em branco, e com isso impressionar e cobrar respostas das autoridades sobre o caso. O guarda foi solto dois dias depois e a gente teme que este caso fique impune”, falou o líder da comunidade, André da Silva Franco. Na época, o GM foi preso em flagrante por homicídio. O crime aconteceu por volta das 8h50 do domingo. Jordy estava com o irmão mais velho, de 27 anos, e um grupo de cerca de 20 jovens e adolescentes. Segundo testemunhas, o grupo fazia manobras de motocross, já que local está em obras e sem movimento de veículos, quando uma viatura da GM, caminhonete 4x4, com três guardas chegou e passou a perseguir o grupo. A maioria fugiu. Os guardas conseguiram abordar um motoqueiro que caiu, segundo relatos e depois perseguiram uma Honda CG, em que Jordy estava na garupa e o irmão pilotada. Ainda conforme as testemunhas, os guardas chegaram atirando. De acordo com as testemunhas, no momento da confusão, o irmão de Jordy dirigiu para um local que não havia saída, apenas uma vala de cerca de 20 metros de profundidade. Ao chegar na beira da vala, ele parou. O guarda teria ficado em uma distância de cerca de dois metros e atirado nas costas do adolescente. A munição transfixou o corpo do menor e pegou de raspão nas costas do irmão mais velho. Os dois caíram no chão. “Estamos acompanhando este caso. O guarda foi afastado de suas funções e não está trabalhando”, disse o secretário de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública, Luiz Augusto Baggio. “Independente do homicídio, a Corregedoria está apurando a infração disciplinar fora do ato do crime. Para fechar a apuração, dependemos de laudos periciais que foram feitos pela polícia”, completou. Baggio confirmou a soltura do guarda, mas explicou que o Tribunal de Justiça substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares, devido ao período de pandemia e o risco de contaminações nos presídios. “O Tribunal impôs algumas medidas para ser seguida pelo guarda, entre as quais de não sair à noite, ir em bares, sair da cidade e principalmente ser afastado do serviço público”, falou o secretário. De acordo com Baggio, o guarda é antigo na corporação e já tem alguns processos administrativos antigos, inclusive com processos criminais.

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