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Homem tenta usar a polícia em golpe e é preso

Elias Carneiro Pereira se apresentou como dono de uma empresa de táxi-aéreo e disse que era vítima de extorsão

Alenita Ramirez
alenita.jesus@rac.com.br
23/05/2018 às 17:07.
Atualizado em 28/04/2022 às 09:46

Nesta quarta-feira (23) pela manhã, pelo menos quatro donos de estacionamentos foram no DP e reconheceram o suspeito (Divulgação)

Um suposto empresário de 36 anos tentou usar a Polícia Civil para aplicar um golpe, mas acabou descoberto e foi preso por tentativa de estelionato, denunciação caluniosa e falsa comunicação de crime, na noite desta terça-feira (22), em Campinas. Elias Carneiro Pereira, que se apresentou como dono de uma empresa de táxi-aéreo procurou o 5º Distrito Policial (DP), no Jardim Amazonas, na manhã do mesmo dia, se passando por vítima de extorsão por parte de uma loja de vendas de veículos de luxo, localizada na Rua José Bonifácio, no Jardim Flamboyant. Segundo ele, os comerciantes exigiam o pagamento de R$ 400 mil e caso não pagasse até as 16h, os homens estuprariam a mulher dele e depois a matariam diante dele. No entanto, a farsa foi descoberta com a detenção dos comerciantes. Pereira tem várias passagens por estelionato e em um dos casos ele aplicou um golpe de R$ 18 milhões, no final do ano passado. Foi instaurado inquérito para investigar o caso, que pode ter relação com outros crimes. Nesta quarta-feira (23) pela manhã, pelo menos quatro donos de estacionamentos foram no DP e reconheceram o suspeito. A polícia levanta qual o prejuízo que ele deu às vítimas. Os crimes cometidos pelo suposto empresário totalizam de três a 13 anos de reclusão. De acordo com o delegado Sandro Jonasson, na manhã de ontem, Pereira foi até a delegacia e pediu ajuda, dizendo que os empresários tentavam extorqui-lo. Ele contou que havia comprado dois carros, um Hyundai Azera, de R$ 150 mil, e uma Mercedez Benz A200, por cerca de R$ 100 mil, totalizando R$ 257 mil, mas que os empresários exigiam o pagamento de R$ 400 mil, sob as ameças. “Ele falou que os empresários deram o prazo final até as 16h para ele entregar o dinheiro e que a entrega seria em frente a um banco na mesma avenida onde ficava a loja. Foi feita uma operação, reuniu todos os policiais e montamos um cerco. No horário combinado apareceram os empresários e um funcionário. Nós os pegamos e todos foram levados para a delegacia”, contou Jonasson. Segundo o delegado, todos foram ouvidos, mas as informações passadas por Pereira não batiam com as fornecidas pelo suposto empresário. “Ele falava das ameças feitas pelos empresários através de conversas por WhatssApp, só que ele tinha apagado os diálogos, mas os empresários não, e não havia nada de ameaças. Tava claro que Elias estava enganando os empresários e a polícia”, disse Jonasson. A polícia descobriu que Pereira se intitulou como piloto, dono de uma empresa aérea, para os proprietários da loja e afirmava ter negociação com vários empresários, inclusive com Joesley Batista, um dos donos e responsável pelo processo de expansão e internacionalização da JBS. “Ele levou os comerciantes na lábia e ganhou a confiança deles. Prometeu pagar a vista pelos carros. A negociação começou quinta-feira passada e desde então enrolava as vítimas dizendo que estava juntando o dinheiro. Ontem ele ligou na loja e disse que tinha conseguido o dinheiro, mas pagaria R$ 400 mil, já que levaria mais um carro”, contou o delegado. Ainda segundo o delegado, após deterem os comerciantes e o funcionário, Pereira, que se dizia vítima, não quis ir até a delegacia registrar boletim de ocorrência. O suspeito foi tão ousado que chegou a passar na loja antes de ir na delegacia e pediu os documentos dos veículos que pretendia comprar. Os donos da loja e o funcionário foram liberados.

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