'NÃO FOI A INTENÇÃO'

Homem que causou pânico em agência pede perdão

Alan Bosco, de 36 anos, procurou o Correio Popular para dizer que não teve intenção de causar todo o terror que está sendo divulgado nas redes sociais

Alenita Ramirez
20/03/2020 às 16:49.
Atualizado em 29/03/2022 às 20:13

O homem com suspeita de coronavírus que levou pânico a agência do Banco Itaú na Avenida Suaçuna, no Jardim Aeroporto, no distrito do Ouro Verde, em Campinas, na tarde desta quinta-feira (19), é um segurança de 36 anos e se chama Alan Bosco. Ele procurou o Correio Popular para pedir perdão para a sociedade e disse que não teve intenção de causar todo o terror que está sendo divulgado nas redes sociais. “Recebi a notícia da suspeita da doença minutos antes e como eu e minha família teríamos que ficar de quarentena, precisa pegar dinheiro para pedir para alguém comprar alimentos para nós. Como eu tinha perdido o cartão, fui ver com a gerência se podiam me enviar outro cartão com urgência. Em nenhum momento pedi prioridade. A agência estava vazia e estava fechada, sem contar que em todo tempo fui honesto e tomei todas as precauções”, falou. Bosco disse passou por atendimento no Pronto Socorro do Hospital Ouro Verde e ficou no local das 6h às 8h45, quando teve o parecer da médica e a orientação de isolamento. Como estava sem dinheiro, sem cartão e sem abastecimento de alimentos em casa, decidiu passar na agência para pedir ajuda. “Em momento algum eu quis criar transtorno. Tenho uma filha de 4 anos e estamos trancados em casa. As pessoas estão nos ameaçando de morte. Meus pais são idosos e meus sogros fazem parte do grupo de risco. Será que as pessoas estão pensando nas famílias que estão sendo forçadas a ficarem de quarentena de uma hora para outra? É uma situação incomum e as pessoas que estão isoladas com suspeita podem morrer de fome”, disse. O vigilante admite que foi ao banco de moto, com capacete e usava máscara. Que ficou mais de uma hora no autoatendimento esperando uma decisão da gerência, que se negou a atende-lo, momento que pediu ajuda para a Polícia Militar (PM), que depois pediu apoio do Corpo de Bombeiros. “Confesso que fiquei nervoso com a polícia. Mas alguns policiais me trataram como criminoso. Alguns foram humanos comigo. Tudo o que queria era uma solução para um caso e não criar transtornos. Por isso, peço perdão às pessoas, mas por outro lado também peço compreensão”, finalizou.

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