A equipe da DIG encontrou o cativeiro que Emilly Bello Soares da Silva, de 11 anos, foi mantida em cárcere privado por quatro dias
Emilly Bello Soares da Silva, de 11 anos, foi mantida em cárcere privado por quatro dias (Divulgação)
O homem que manteve a menina Emilly Bello Soares da Silva, de 11 anos, em cárcere privado por quatro dias foi identificado neste sábado (11) pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Americana. A equipe da DIG encontrou o cativeiro utilizado, em um condomínio de apartamentos no Jardim Santa Maria, na região de Nova Veneza, em Sumaré. A investigação concluiu que Paulo César da Silva Santos, de 28 anos, foi o autor do crime. Ele continua foragido e está sendo procurado pela Polícia. Silva Santos pode ser indiciado por cárcere privado e estupro de vulnerável. Segundo o delegado da DIG, José Donizeti de Melo, existe a possibilidade da participação de mais um homem nos crimes. Os policiais informaram que o local utilizado por Silva Santos pertence à irmã dele, que estava em viagem para outro município. O foragido aproveitou o imóvel vazio para manter a menina em cárcere privado por quatro dias. As investigações estão ainda em curso, pois a menina relatou inicialmente que teria ficado em uma casa de veraneio e o local identificado como cárcere privado é um apartamento em um condomínio. O caso Emilly estava desaparecida desde as 0h45 do domingo passado (5). A menina mora no Jardim Europa, em Santa Bárbara d´Oeste, com os avós paternos desde os 3 anos de idade. Os pais nunca foram casados e moram em Americana. Trocas de mensagens nas redes sociais foram descobertas pelos familiares, que chegaram a tirar o celular dela para que ela não conversasse com pessoas estranhas. Em uma das conversas, um homem a elogiava e dizia que ela se parecia com uma modelo. A mãe da menina chegou a achar cartas dela em que relatava ameaças sofridas por um homem. No dia do sumiço, um homem em uma motocicleta preta, com um capacete no braço e outro na cabeça, passou várias vezes na rua da casa de Emilly e chegou a ser abordado pelo pai da menina. O homem escondeu-se na região e aguardou a chegada da garota que saiu a noite sem que os avós percebessem. A garota desapareceu levando apenas um book. O aparecimento A menina Emilly apareceu na manhã de quinta-feira (9), em um posto de combustível às margens da Rodovia Anhanguera, na região da Praia Azul, em Americana. A criança estava desorientada, amedrontada e faminta. Ela relatou que foi levada por um homem que a conheceu nas redes sociais e mantida trancada em uma casa bonita, em uma região de chácaras que ela não soube informar. A garota estava dopada e foi levada por policiais militares ao Hospital São Lucas onde passou por exame clínico que apontou violência sexual e depois seguiu com a família para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santa Barbara d´Oeste, onde os pais e avós prestaram depoimentos. Ela apresentava algumas lesões superficiais, causadas, segundo amigos da família, por ela mesma em razão do medo. A garota relatou para amigos e familiares que foi mantida trancada sozinha em uma casa que seria usada como de veraneio pelo homem. O imóvel seria de alto padrão, em um condomínio. Na casa havia fotos e roupa de mulher e de criança, mas que ela não soube descrever onde seria o local e tampouco detalhes do que viu na casa. O homem teria ficado com ela apenas um dia e deixado somente biscoitos para que se alimentasse. A garota disse que chegou a passar fome. A libertação teria ocorrido na madrugada de quinta-feira, após o homem ver noticiários sobre o sumiço e a busca da família pela menina. Segundo Emilly, o homem foi até a casa e mandou que ela fosse embora. A garota disse que não se lembrava do local onde ficou, mas relatou que caminhou por muitos quilômetros, seguindo as placas para chegar em Americana.