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Home office: tendência na pós-pandemia

Mais de 75% das empresas da RMC adotaram o sistema que tem aprovação da maioria dos envolvidos

Henrique Hein
12/07/2020 às 10:00.
Atualizado em 28/03/2022 às 21:20
A jornalista Claudia Carnevalli trabalha em home office, enquanto sua filha faz aulas on-line (Leandro Ferreira/AAN)

A jornalista Claudia Carnevalli trabalha em home office, enquanto sua filha faz aulas on-line (Leandro Ferreira/AAN)

Uma pesquisa realizada em maio deste ano e divulgada recentemente pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) de Campinas, aponta que mais de 75% das empresas da região já adotaram o sistema de home office como uma resposta direta à evolução da pandemia. Segundo o estudo, 43 dos 57 empreendimentos analisados — e que são associados à entidade — informaram já ter liberado seus funcionários para trabalhar em casa. O estudo apenas reforça uma tendência apontada por pesquisa da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), que em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA), mostrou no início da semana passada, que há um grande potencial de expansão do teletrabalho no Brasil, após pandemia da Covid-19, em cargos de nível superior.  Segundo a pesquisa, os 1.566 trabalhadores ouvidos alegaram altos níveis de satisfação com seus trabalhos e uma percepção de que o desempenho foi impactado positivamente fazendo tudo de casa. Ao todo, 70% deles disseram que gostariam de continuar trabalhando em home office depois da pandemia, enquanto 19% afirmaram o contrário. Outros 11% se mostraram indiferentes à possibilidade. As entrevistas foram feitas entre os dias 27 de maio e 3 de junho. Os entrevistados tinham, em média, 40 anos de idade, sendo oito de trabalhos dedicados as suas respectivas empresas. A média salarial deles girava em torno de R$ 9,4 mil. Para José Nunes Filho, diretor do Ciesp-Campinas, o isolamento e o consequente trabalho em home office, desencadeados pela pandemia da Covid-19, serviram para desmistificar a tese de que o trabalho feito em casa não tem como ser mais produtivo do que dentro da empresa. “O home office é uma tendência que deve aumentar e muito. Primeiro, porque durante esse período todo, a gente acompanhou que algumas ferramentas de trabalho melhoraram muito, principalmente as de vídeo conferência, nas quais não precisa ser nenhum expert para saber como usar. E, segundo, porque esse modelo também ajuda as empresas a diminuírem custos, como transporte e alimentação”, disse. Localizado em Sousas, o escritório de advocacia Finocchio & Ustra (FIUS) é uma das empresas da região que precisou se adaptar ao teletrabalho com a chegada do Covid-19 no Brasil. “Quando as pessoas entram em isolamento, principalmente as que moram sozinhas, elas acabam se sentindo um pouco isoladas. Então, pensando no bem estar físico e mental delas, a gente fez uma campanha para levar as cadeiras dos nossos profissionais até a casa deles”, explica José Luis Finocchio Júnior, advogado e sócio do escritório. O espaço também disponibilizou exercícios para seus profissionais. Todos os dias há atividades esportivas com dois personal trainers: um que passa o exercício e outro que fica corrigindo o exercício do pessoal. Nas quintas-feiras também há aula de yoga no período da manhã. “A partir da primeira semana de agosto, vamos começar um treinamento de mindfulness (técnicas de relaxamento e meditação)”, destacou o advogado. Na avaliação dele, a prática do home office aumentou e muito a produtividade da equipe durante a quarentena e, por isso, é bem provável que seja mantida daqui em diante, mesmo com o fim da pandemia. “Nós já estamos desenhando um modelo de espaços rotativos, onde as pessoas se reúnem fisicamente com exceção”, afirmou ele. “Cerca de 70% do nosso pessoal trabalhará de casa e irá para o escritório somente quando for muito necessário”, ressaltou.

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