GENTILEZA

Hoje é o dia mundial de praticar uma boa ação

Corrente do bem mostra que gentileza tem poder de transformação da sociedade

Cecília Polycarpo
25/04/2013 às 07:57.
Atualizado em 25/04/2022 às 18:52
A empresária Camila Geraldes Magalhães fixa cartaz da campanha em vitrine (Gustavo Tílio/ Especial para AAN )

A empresária Camila Geraldes Magalhães fixa cartaz da campanha em vitrine (Gustavo Tílio/ Especial para AAN )

Não se espante se um estranho pagar o seu cafezinho na padaria hoje ou se ele se levantar para ceder lugar no ônibus lotado. Nem saia correndo se uma pessoa, que você nunca viu, entregar-lhe um cartão com palavras doces. Não são loucos ou aproveitadores, mas apenas cidadãos mobilizados a espalhar pequenas gentilezas. Gestos carinhosos e cordiais, cada vez mais raros no nosso cotidiano, ganham força no Dia Mundial da Boa Ação, comemorado no dia 25 de abril em 64 países.

A ideia de fazer da data uma corrente multiplicadora de bem-estar social e felicidade surgiu na Austrália, em 2007, inspirado no livro Pay It Foward (A corrente do bem), de Catherine Ryan Hyde. A obra conta a estória de um estudante que propôs um sistema de boas ações em sua escola, e virou filme de sucesso em 2000. O movimento australiano mostra que boas ações são simples, rápidas, divertidas e têm um enorme potencial de transformar positivamente a sociedade. No Brasil, a ideia chegou em 2011, como o nome de A Corrente do Bem, por meio dos voluntários Leonardo Eloi, Mariana Fonseca e Lívia Hollerbach.

“Leonardo conheceu o fundador do movimento australiano, Blake Beattie, em novembro 2010, e nos passou a proposta. Corremos para organizar em cinco meses o Dia Mundial da Boa Ação no Brasil”, explicou Lívia. A corrente tem núcleos em São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, mas são as redes sociais a principal ferramenta de propaganda. Mais de 6 mil pessoas de várias partes do País curtem a página do movimento no Facebook e comentam as boas ações que fazem no dia a dia.

No Dia D da boa ação, as pessoas devem fazer cordialidades e pedir para o beneficiado passar o ato adiante. Para tornar a ação mais divertida, o site oficial da Corrente do Bem disponibiliza “cupons de gentileza” para as pessoas baixarem e imprimirem. “Temos também empresas que contribuem com a ideia, não com doações, mas fazendo propaganda do movimento”. A expectativa é que mais de um milhão de pessoas façam parte da corrente hoje.

A entidade não é filantrópica e não aceita contribuições financeiras. Os colaboradores ajudam com o que sabem fazer. Em Campinas, o professor aposentado da Unicamp Ahmed Atia El Dash, de 72 anos, deu exemplo de gentileza na semana passada: transformou ponto de ônibus na Avenida Luiz de Tella, na Cidade Universitária, em sala de espera com jornais, pia e água filtrada.

Hoje, o movimento por uma sociedade mais feliz terá mais frentes na cidade. A rede Imaginarium, que apoia a Corrente do Bem desde 2011, irá distribuir rosas às mulheres e bombons aos homens que passarem nas lojas nos shoppings Iguatemi e Galleria. “Eles não precisam comprar nada. Vamos distribuir para todo mundo. Queremos espalhar um pouquinho de alegria”, explicou a empresária Camila Geraldes Magalhães, dona das duas unidades da rede na cidade. A artista plástica Adma Andrade, de 70 anos, também ira participar do efeito cascata de gentilezas, e irá doar mantas no Centro de Campinas. “Não só para moradores de rua, mas para quem eu encontrar”, disse.

A psicóloga Patricia Gugliotta afirmou que boas ações, mesmo que pequenas, têm o poder de fazer as pessoas se sentirem menos “invisíveis”, principalmente os marginalizados. “Quando você dá bom dia a um morador de rua, senta para conversar com um idoso na praça ou em um asilo, carrega alguma coisa para a faxineira do seu trabalho, isso tem um poder enorme na autoestima dessas pessoas”, disse a psicóloga. De acordo com ela, a profusão de sentimentos positivos que os gestos provocam pode até ajudar na cura de doenças, por exemplo.

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