campinas, 246 anos

História passeia por Campinas

Personalidades se destacaram na época e hoje dão nome a ruas da cidade

Francisco Lima Neto
14/07/2020 às 12:10.
Atualizado em 28/03/2022 às 21:33
José Paulino: implementou e liderou as medidas contra a epidemia (Wagner Souza/AAN)

José Paulino: implementou e liderou as medidas contra a epidemia (Wagner Souza/AAN)

A luta contra a febre amarela que dizimou Campinas desde 1889 foi cruel e desigual. A batalha só foi vencida graças ao empenho de muita gente. Quem passa a pé ou de carro por ruas e avenidas de Campinas, muitas vezes, não sabe a importância dos personagens que emprestam seus nomes às vias. Um desses exemplos é José Paulino Nogueira, que dá nome à Rua José Paulino, no Centro. Em 7 de janeiro de 1889 foi eleito presidente da Câmara, o que equivale hoje ao cargo de prefeito. Antes de tomar posse, se inteirou da real situação da cidade: era desesperadora. Na sessão do dia 7 de março, ele detalhou as providências tomadas no combate à epidemia. Determinou que os funcionários da Câmara fiscalizassem diariamente as residências para garantir a higiene. Aumentou o número de carroças e trabalhadores para o recolhimento de lixo e das águas servidas (esgoto). Ao contrário de outros políticos, não fugiu quando a epidemia piorou. Foi acometido pela doença, mas sobreviveu. Outro ilustre que dá nome a conhecida via no bairro Guanabara é Antônio Álvares Lobo. Era um advogado reconhecido, que se tornou o administrador da cidade em janeiro de 1890. Tornou ainda mais firmes as medidas sanitárias na cidade e conseguiu verba junto ao governo do estado para a construção do Hospital do Fundão, onde hoje fica o prédio da Sanasa. Ele foi o primeiro prefeito na era da república a conseguir uma audiência com o primeiro presidente da república, Marechal Deodoro da Fonseca. Assim conseguiu verba para implantar o serviço de água e esgoto da cidade e o calçamento das ruas.   Já Francisco Glicério, homenageado em uma das principais avenidas do Centro, foi ministro da Agricultura do Marechal Deodoro da Fonseca. Aquele era o principal ministério de um País agrícola, que precisava incentivar a vinda de imigrantes para substituir a mão de obra escravizada liberta no ano anterior. Foi fundamental para que Campinas recebesse o empréstimo do presidente.         Alberto Sarmento conseguiu gravar seu nome na história ao se recusar a suspender as atividades do jornal Diário de Campinas, de propriedade de seu irmão, Antônio Duarte de Moraes Sarmento, no auge da epidemia em 1889. Infectado, Antônio foi se tratar em Jundiaí. Alberto, no comando do jornal, o manteve em total funcionamento. Foi eleito deputado em 1897 e chegou a ser chefe da Polícia de São Paulo. Dá nome à importante via no Jardim Chapadão.

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