Estrutura de concreto desapareceu da noite para o dia
Homens caminham na calçada onde ficava o ponto: desaparecimento (Matheus Pereira/Especial para a AAN)
O sumiço de um ponto de ônibus inteirinho, e ainda por cima feito de concreto, em frente ao número 102 da Rua Cícero de Oliveira Silva, no Novo Campos Eliseos, em Campinas, chamou a atenção dos usuários e virou caso de polícia. Para alguns, a estrutura foi mesmo furtada — mas vizinhos garantem que ela causava muitos transtornos e por isso “levou um fim”. O fato é que a estrutura simplesmente desapareceu durante uma noite de dezembro do ano passado. Como desde então não foi reposta, até os motoristas de ônibus que passam por ali se confundem, e acabam parando cerca de 50 metros adiante do antigo ponto. Para os passageiros, é pior ainda, já que não há mais onde se abrigar em dias de muito Sol ou de chuva. Mas o que todos querem saber é como foi que a estrutura inteira sumiu — e o que a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) vai fazer. “O ponto faz muita falta para nós. Sou idosa e tenho problemas nas pernas. Não aguento ficar muito tempo em pé. O ponto tinha um banco de concreto e era coberto. Agora a gente não tem onde sentar e tem que tomar Sol ou chuva”, disse a dona de casa Jovina Chaves de Souza, de 61 anos. De acordo com ela, seu marido testemunhou o suposto furto. Ele saia para o trabalho, por volta das 4h30 da madrugada, quando viu um grupo de pessoas levando a estrutura embora. “Ele estranhou por causa do horário, mas nunca pensou que fosse um furto”, disse. A própria Emdec chegou a registrar um boletim de ocorrência, e o caso é apurado pelo 6º DP. “Já identificamos o autor e já o ouvimos. Não foi exatamente um furto. Ainda faltam alguns depoimentos, e depois o inquérito será encaminhado à Justiça”, disse o delegado Carlos Donizete de Farias Souza. De acordo com vizinhos, foi o dono do imóvel em frente de onde estava instalado o abrigo que retirou a estrutura por causa da localização e do “mau uso”. Ele não foi localizado, mas, segundo o autônomo Gislei Campos, de 50 anos, o abrigo estava instalado de forma errada, muito perto da saída da garagem do suposto responsável pelo sumiço do ponto, e também tinha se tornado ponto de encontro de usuários de drogas, que usavam o local para esconder e até traficar durante a noite. “A Emdec devia analisar melhor o local onde vai instalar essas estruturas. Devia pedir autorização para os moradores, porque pagamos impostos caros e não queremos problemas na porta de nossas casa. Eu sei que esse morador reclamou e ninguém fez nada, então ele mesmo deu um jeito de retirar a estrutura”, contou. Em nota, a Emdec informou que analisa uma forma de substituir o abrigo e aguarda a identificação, pela Polícia Civil, dos responsáveis pelo ato. “Os autores serão acionados judicialmente”, concluiu.