FEBRE AMARELA

Hepatite fulminante mata mais uma pessoa

HC da Unicamp confirmou a morte de paciente que tinha realizado o transplante de fígado

Agência Anhanguera de Notícias
01/02/2018 às 22:08.
Atualizado em 22/04/2022 às 09:36
O paciente com hepatite grave morreu no HC da Unicamp depois ter passado por um transplante de fígador
 (Cedoc/RAC)

O paciente com hepatite grave morreu no HC da Unicamp depois ter passado por um transplante de fígador (Cedoc/RAC)

A segunda vítima de hepatite fulminante, causada pela febre amarela, teve a morte confirmada pelo Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp nesta semana. O paciente havia passado por transplante, mas não resistiu. De acordo com a assessoria de imprensa da unidade, há mais um paciente com a doença aguardando por transplante de fígado. Apesar da confirmação dos dois óbitos, o HC não informou de qual município eram as vítimas, nem a idade ou se a febre amarela havia sido contraída na cidade em que moravam ou em outro local. Um boletim deverá ser divulgado hoje pela Secretaria Estadual de Saúde. Na semana passada, uma equipe do HC recebeu treinamento para realizar transplante de fígado em pacientes com hepatite fulminante causada pela doença. A capacitação foi feita no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), que no último dia 5 realizou o procedimento inédito na engenheira Gabriela dos Santos Silva, de 27 anos, infectada pela doença em uma viagem a Mairiporã. Outros três pacientes passaram pelo procedimento no início do mês. A equipe do HC da Unicamp foi a única a participar presencialmente do treinamento, que foi transmitido por videoconferência para outros hospitais do Brasil. No Estado E o aumento de casos de febre amarela no Estado de São Paulo desencadeou uma série de ações para buscar meios de tratar a doença e produzir avanços na identificação de áreas que podem ser atingidas pelo vírus. Depois dos transplantes de fígado em pessoas que desenvolveram a forma grave da doença, realizados no Hospital das Clínicas da Capital e na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pacientes de São Paulo e de Minas Gerais começaram neste mês a receber tratamento com um remédio para hepatite C, técnica que será estudada por pesquisadores dos dois Estados para ver se é possível começar a tratar a doença utilizando medicamentos. A febre amarela não tem tratamento específico. “Percebeu-se que o vírus da febre amarela é do mesmo grupo do vírus da hepatite C, que se beneficiou muito com o tratamento. A primeira possibilidade foi avaliar se era possível fazer a mesma coisa com o vírus da febre amarela”, explica o secretário de Estado da Saúde, David Uip. Nesta fase inicial, a oferta está sendo feita por meio do uso compassivo. “É quando um laboratório consente usar o remédio para outra definição, o pesquisador acha que vai dar certo e quando o paciente e seus familiares permitem que isso seja feito Está ocorrendo neste mês de janeiro em alguns hospitais do Estado de São Paulo e também de Minas Gerais. Percebeu-se que isso pode ser uma alternativa e isso está sendo transformado em um protocolo de pesquisa.” Segundo Uip, todas as fases do protocolo clínico voltado para o uso desses medicamentos para casos de febre amarela serão realizadas, como os testes e a análise pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), mas que o objetivo é que haja agilidade na pesquisa. “Todas as etapas serão respeitadas.” O estudo será realizado pela Universidade de São Paulo (USP), Instituto de Infectologia Emílio Ribas e um hospital de Minas. Até o momento, já foram realizados seis transplantes de fígado em pacientes com a doença. “Isso é inusitado, é a primeira vez que se faz no mundo. O Hospital das Clínicas já fez cinco transplantes e a Unicamp fez um. Temos São José do Rio Preto apto a fazer transplantes e outros centros que também farão. Talvez estejamos diante de uma possibilidade de curar a hepatite fulminante (causada) pelo vírus da febre amarela.” * Com informações do Estadão Conteúdo

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