DE CAMPINAS

Guilherme Campos deve assumir presidência dos Correios

Presidente do PSD e ex-deputado federal foi convidado, mas espera confirmação; empresa tem déficit crônico na entrega de correspondências

Cecília Polycarpo
16/05/2016 às 18:15.
Atualizado em 23/04/2022 às 00:24
Guilherme Campos deve assumir a presidência dos Correios (Cedoc)

Guilherme Campos deve assumir a presidência dos Correios (Cedoc)

O presidente nacional do PSD e ex-deputado federal por Campinas, Guilherme Campos, foi convidado para assumir a presidência dos Correios. O político confirmou que o pedido veio do ministro das Comunicações, Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, de quem Campos é próximo, e explicou que o anúncio deve ser feito nesta semana. O nome precisa da aprovação do presidente em exercício, Michel Temer. Os Correios é uma das empresas estatais cotadas para receber capital privado, junto com a Casa da Moeda e empresas do setor elétrico. A companhia pública passa por greves constantes de funcionários e, em Campinas, tem um problema crônico de atraso de correspondências. Campos se reuniu com Kassab nesta segunda-feira (16) para tratar do assunto. "Conversamos na semana passada e estamos finalizando as tratativas. Eu não posso falar nada até ter a indicação confirmada". O ex-deputado não deu detalhes do que dependem as negociações. Disse apenas que elas também envolvem questões pessoais. "A presidência dos Correios é uma função de muita responsabilidade", completou. Atrasos O atraso na entrega de correspondências através dos Correios tem se tornado comum nos últimos meses até mesmo na região central de Campinas. Greves e problemas com a criminalidade são situações que marcaram a atuação da empresa ao longo dos últimos dois anos. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Correios, Telégrafos e Similares de Campinas e Região (SintectCas), a defasagem do número de funcionários prejudica a pontualidade. O déficit de trabalhadores em 83 cidades de cobertura do SintectCas seria de 700 funcionários. Hoje, são 4 mil ao todo para toda a região. Além disso, desde janeiro de 2014, muitos moradores de Campinas, Sumaré e Jundiaí sofrem com a restrição de entrega de encomendas em 73 áreas consideradas de risco. O Jardim Nova América, em Campinas, é uma das áreas. O Sindicato pleiteia a realização de um concurso para reposição de pessoal e garantia de segurança aos funcionários em área de tráfico de drogas. O último concurso foi realizado em 2011, mas, segundo a categoria, chamou poucas pessoas. Trajetória  No PSD desde a sua fundação, Campos assumiu a presidência do partido em janeiro de 2015, quando o então líder nacional da legenda, Kassab, foi para o Ministério das Cidades do governo Dilma Rousseff. Guilherme Campos foi líder do PSD na Câmara de 2011 a 2014 e responsável por dar corpo ao partido, em Brasília e no interior paulista. Foi ele quem recrutou o pré-candidato a prefeitura de Campinas Artur Orsi, que era do PSDB. Na Câmara, integrou a Frente Parlamentar do Comércio Varejista, que se notabilizou por propor iniciativas que promovessem o crescimento da pequena empresa. Era também membro ativo da "bancada da bala", e foi a favor do projeto que pretendia revogar o Estatuto do Desarmamento. Antes de ir para o PSD, Campos era filiado ao DEM. No entanto, ele não conseguiu se reeleger no último pleito e ficou como suplente, com 69 mil votos. Foi deputado federal por dois mandatos (de 2007 a 2010 e de 2011 a 2014), além de vice-prefeito de Campinas entre 2005 e 2007, no governo do ex-prefeito cassado, Hélio de Oliveira Santos (PDT). Ele chegou a depor na Comissão Processante que cassou também o ex-prefeito Demétrio Vilagra (PT), antes vice de Dr. Hélio. Campos é engenheiro, mas trabalhou desde adolescente na tradicional Loja Campos, de sua família, em Campinas.

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