Sumaré

Guerra velada pelo domínio das linhas persiste

Na última sexta-feira, mais um motorista da Viação Ouro Verde registrou boletim de ocorrência

Renato Piovesan
03/07/2018 às 17:27.
Atualizado em 28/04/2022 às 14:42
  (Cedoc/RAC)

(Cedoc/RAC)

Três semanas após um "acordo de paz" proposto pelo prefeito Luiz Dalben (PPS) e a promessa de trégua dos perueiros do transporte complementar após sucessivos casos de agressões e ameaças a motoristas de ônibus de Sumaré, o que se vê é que a guerra velada pelo domínio das linhas urbanas da cidade ainda persiste. Na última sexta-feira, mais um motorista da Viação Ouro Verde registrou boletim de ocorrência relatando ter sido atacado enquanto passava pelas imediações do Cemitério Municipal da Saudade. Ele conduzia o ônibus da linha 155 (Maria Antonia/Florença), alvo de uma pedrada que acertou a lateral do veículo. A pessoa que atirou a pedra não foi localizada, mas o perueiro que guiava o micro-ônibus que passou ao lado do ônibus foi identificado como Fernando Dela Coleta, irmão de João Paulo Dela Coleta, flagrado numa agressão com a fivela de um cinto a uma motorista, em caso que ganhou repercussão nacional e desencadeou uma greve de um dia do transporte municipal, num apelo por mais segurança. Nos dias que antecederam a paralisação, um aúdio que circulou no WhatsApp, atribuído ao perueiro João Dela Coleta, pai de João Paulo e Fernando, ambos cadastrados na Prefeitura como motoristas da perua, deu o tom do ambiente conturbado em Sumaré: "Vou mandar um papo bem reto para o pessoal que fica postando fotinha (sic) e vídeo (da agressão à motorista) por aí. Fala pra esse pessoal se calar e ficar numa boa. Eu não estou mais medindo consequências da minha vida pra acabar com esse transporte. A hora que me der na cabeça eu termino com isso rapidinho. Se continuar esse tipo de brincadeirinha, o bagulho vai ficar louco e vai embaçar, vou comprar essa briga" . Na mesma data da paralisação, dia 12 de junho, a Prefeitura chamou representantes do sindicado dos condutores e também dos perueiros para propor uma trégua e prometeu intensificar a segurança nos pontos finais das linhas. No dia seguinte, no entanto, um motorista da Viação Ouro Verde registrou boletim de ocorrência no 1º Distrito Policial (DP) alegando ter sido ameaçado por um perueiro depois que ultrapassou o veículo "concorrente" durante trajeto em direção ao Terminal Central. Desde 2013, foram registrados pelo menos 20 boletins de ocorrência, muitos dos quais enviados para que a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Rural para que providências fossem tomadas. Problemas começaram em 2002 O histórico de problemas da Cooperativa dos Perueiros de Sumaré (Coopersum) começou a partir de 2002, quando seu ex-presidente Wilson Moreira Franco, o Mineiro, foi assassinado com oito tiros numa padaria. De lá para cá, sucessivas trocas de comando na diretoria, suspensões da licitação para atuação no transporte complementar da cidade e escândalos de perseguições e agressões a motoristas de ônibus da Viação Ouro Verde, com quem rivalizam pelo domínio das linhas, têm se tornado corriqueiros, o que levou o Sindicato dos Condutores de Americana e Região a deflagrar uma paralisação geral dos coletivos dia 12 de junho. Atualmente, a cooperativa não possui nenhuma sede fixa, telefone ou sequer página oficial em rede social. A frota de ônibus de Sumaré possui 43 veículos. Já os perueiros operam com 17 micro-ônibus.

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