HABITAÇÃO

Grupo promete resistir à reintegração no San Martin

PM e secretaria não conseguem acordo com 96 famílias invasoras das casas, mas reafirmam que haverá retirada

Patrícia Azevedo
26/04/2013 às 08:24.
Atualizado em 25/04/2022 às 18:42

As 96 famílias que invadiram as casas inacabadas para famílias de área de risco na Avenida Comendador Aladino Selmi, na Vila San Martin, em Campinas, prometem resistir a uma reintegração de posse. Representantes dos invasores participaram de uma reunião ontem pela manhã com a Polícia Militar e com o secretário de Habitação de Campinas, Ricardo Chiminazzo. “Nós não vamos sair de lá. Não temos para onde ir e o prefeito nos virou as costas, mas vamos resistir”, afirmou uma das líderes do movimento, a doméstica Gláucia Maria Ferreira.

A Secretaria de Habitação informou que tentou negociar uma saída pacífica para a situação, mas que diante da negativa das famílias em desocupar a área, irá cumprir o pedido de reintegração de posse. “A data ainda não está marcada e será definida com a Polícia Militar e a Justiça”, contou Chiminazzo.

O secretário disse que a nova Administração não irá tolerar invasões e explica que as unidades habitacionais já têm destinação. “O que eles querem é furar a fila de espera, mas não podemos fazer isso. É um desrespeito com os moradores que estão inscritos há anos na Cohab e aguardam pela sua casa”, disse.

Chiminazzo diz que as obras no conjunto não estão paradas. “Elas sofreram um atraso, mas estão sendo conduzidas de acordo com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da região do Quilombo.” Os invasores dizem, no entanto, que a obra está abandonada há dois anos. Eles alegam que estão desamparados e que querem negociar a compra das unidades.

“Não queremos esmola, não queremos nada de graça. Queremos pagar pela casa. Pago os meus impostos em dia”, afirmou Gláucia. Eles dizem ainda que a obra está abandonada há dois anos.

As famílias invadiram o conjunto habitacional no último dia 23. Os invasores moram às margens do Córrego Quilombo, nas proximidades dos imóveis em construção, e alegam que muitos possuem cadastro na Companhia de Habitação Popular (Cohab). “Muitos desses moradores não tinham cadastro, alguns só foram se cadastrar este ano”, afirmou o secretário.

Existem hoje em Campinas seis invasões irregulares e um total de 12 mil pessoas morando em áreas impróprias. “A Prefeitura já entregou 700 casas e deve entregar mais 3,1 mil até o final do ano”, afirmou Chiminazzo. A expectativa do nova Administração é entregar cinco mil unidades habitacionais por ano até o final do mandato, em 2016.

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