Investidores já possuem empreendimentos semelhantes em Minas Gerais e Rio; reunião será na segunda
Quase um ano depois de o antigo galpão da Fepasa ser cedido à Prefeitura de Campinas, a proposta de construção de um shopping popular no local caminha a passos lentos. O primeiro sinal do governo Jonas Donizette (PSB) para viabilizar a construção é uma reunião que será realizada na próxima segunda-feira entre o secretário de Trabalho e Renda, Jairson Canário, e um grupo de investidores interessados no negócio. A cessão do espaço ocorreu em março do ano pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
A proposta da Prefeitura, herdada de gestões anteriores, é a construção de um shopping popular para abrigar parte dos camelôs que estão instalados na região central de forma irregular — não pagam taxa de uso e ocupação do solo à Serviços Técnicos Gerais (Setec).
Canário não informou o nome do grupo, mas diz que os investidores lançaram empreendimentos semelhantes em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. No governo do ex-prefeito Pedro Serafim (PDT), essa parceria chegou a ser ventilada, mas nada progrediu. Canário quer montar uma comitiva e visitar esses shoppings.
O secretário esteve nesta quinta (14) na Câmara de Campinas para discutir, junto com os vereadores, a situação do camelódromo. Ele afirmou que, nesse momento, não há chances de o poder público bancar sozinho um investimento desse porte — não há valor estimado. “Nós vamos analisar a proposta e ver se é viável para a Prefeitura.” Uma das saídas seria o investimento por parte desse grupo que, em troca, receberia pela locação de salas ou taxa de uso.
Atualmente, cerca de 1,2 mil comerciantes estão instalados no camelódromo, no Centro de Campinas. Se a proposta do uso do antigo galpão da Fepasa viabilizar, ele teria capacidade de abrigar 450 boxes. O restante permaneceria onde está, segundo os projetos propostos até agora.
Em 2011, ainda na gestão do prefeito cassado Hélio de Oliveira Santos (PDT), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) iniciou uma ofensiva e pressionou o então governo a tomar atitudes contra a venda de produtos piratas no espaço.
Em meio à crise política que se instalou na época, Hélio “cozinhou” o problema em banho-maria até ser cassado, meses depois. O seu vice Demétrio Vilagra (PT), depois que assumiu a Prefeitura, traçou um plano para tentar resolver o impasse do camelódromo e foi ele quem iniciou o processo para conseguir a cessão do antigo galpão pelo Dnit. Meses depois, Demétrio foi cassado e nenhuma das medidas anunciadas por Serafim saíram do papel.