Edifício fica em frente à Praça Carlos Gomes e é vizinho de outro, projetado por Oscar Niemeyer
Um grupo formado por cerca de 40 pessoas invadiu na madrugada de anteontem um prédio particular inacabado, na Avenida Irmã Serafina - em frente à Praça Carlos Gomes e vizinho do edifício projetado por Oscar Niemeyer, com fundos para a Rua Coronel Rodovalho. O complexo está sendo ocupado por eles desde então, causando preocupação para quem mora nos arredores. Os invasores pretendem ainda levar mais 40 famílias de diversos bairros carentes da cidade, como os Dics, Parque Oziel, Jardim Monte Cristo e Ocupação Nelson Mandela, para o edifício nos próximos dias. A reportagem do Correio Popular conseguiu acesso ao local na tarde de ontem e conversou com as famílias que invadiram o espaço. Eles afirmam que a Prefeitura de Campinas os tirou dos bairros onde moravam para oferecer a eles moradias populares, por meio de programas habitacionais, há cerca de mais ou menos três anos. “Eles não fizeram isso e nós começamos a viver na rua. Ocupamos este espaço para poder ter um lar e também para ver se a Prefeitura vai dar para gente aquilo que é nosso por direito”, afirmou uma das invasoras que pediu para não se identificar. Os invasores disseram ainda que na última quinta-feira foram coagidos a deixar o local pelo vereador Aurélio Cláudio (PMB). Por telefone, o parlamentar negou a ação. Ele confirmou que esteve no local, mas a pedido da família Jorge Salim, proprietária do prédio, para intermediar uma negociação para a retirada deles. O vereador disse ainda que o edifício não está abandonado, mas paralisado por falta de recursos para concluir a obra. “É um prédio regularizado”, afirmou. Segundo o parlamentar, os proprietários ingressarão com uma ação de reintegração de posse para retirar os ocupantes. Em nota, a Prefeitura de Campinas informou que por se tratar de uma área particular, o Governo Municipal notificará o proprietário para que ele tome as providências cabíveis. “Quanto ao fato de eles terem solicitado uma intervenção da Prefeitura, é necessário ver caso a caso para saber de eles estão cadastrados no programa de habitação da Prefeitura e, consequentemente, a situação que eles se encontram dentro do programa”, informou o documento. Ao Correio Popular, Jorge Salim classificou a atitude dos invasores como uma ação de “bandidos”. “Chamamos duas vezes a Polícia, mas eles disseram que não poderiam retirá-los de lá” . Segundo ele, os ocupantes já quebraram vidros e câmeras de segurança do espaço. “Vamos esperar o feriado passar e entrar, na segunda-feira, com uma ação de reintegrar de posse para que esse pessoal todo saia do prédio” , afirmou.