CAMPINAS

Grupo faz manifestação em defesa de Bolsonaro

O ato aconteceu mesmo com a recomendação do presidente brasileiro para que fossem evitadas aglomerações

Henrique Hein
15/03/2020 às 10:43.
Atualizado em 29/03/2022 às 17:48

Milhares de pessoas – muitas delas usando máscara de prevenção ao novo coronavírus (Covid-19) – ocuparam o Largo do Rosário, a escadaria da Prefeitura Municipal de Campinas e os arredores da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), no começo da manhã e tarde deste domingo (15), em um ato de apoio ao presidente Jair Bolsonaro e contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). A manifestação aconteceu mesmo com a recomendação do presidente brasileiro para que fossem evitadas aglomerações. Em todo País, também ocorreram atos pacíficos com o mesmo propósito. Em Campinas, a manifestação começou no Largo do Rosário, por volta das 9h30. De lá, os protestantes seguiram em direção à Prefeitura, onde ocuparam a escadaria do Paço Municipal às 11h. O protesto teve fim na entrada principal da Escola de Cadetes, no Jardim Chapadão, por volta das 13h. Em todos os pontos de aglomeração, os manifestantes fizeram questão de cantar o hino nacional, cobrar o fim da roubalheira na politica, criticar o trabalho de parte dos veículos de imprensa e os movimentos de esquerda. Houve casos isolados de pessoas que pediram a volta do regime militar. Fantasiada com a máscara de Jair Bolsonaro e colares nas cores verde e amarelo, a aposentada Izabel Gagliardi, de 63 anos, disse que apoia o governo atual e que muitas pessoas deveriam fazer o mesmo. “Ele está fazendo um bom governo e estão fazendo de tudo para prejudicá-lo. No Congresso Nacional tem alguns políticos bons, mas nós sabemos quem são os ruins e esses aí tem que sair. Sai Rodrigo Maia, sai Davi Alcolumbre, saiam todos que apoiam essa roubalheira toda. Parem de nos roubar!”, disse ela. Morador do distrito de Barão Geraldo, o assistente administrativo Luiz Conceição, de 55 anos, contou que saiu cedo de casa para participar do ato no Largo do Rosário. “Ainda vou para São Paulo participar do protesto que vai ter na Avenida Paulista”, disse ele. “Sou contra os mandos e desmandos do Congresso Nacional, do Senado e do STF. Tudo isso tem que acabar, porque estão trabalhando contra o governo do nosso presidente. Um homem que nós elegemos para mudar o rumo da nação”, afirmou. Questionado sobre a pandemia do novo coronavírus, o assistente administrativo disse que desconfia que a doença está sendo usada por autoridades de saúde para impedir com que o ato em prol do presidente brasileiro acontecesse. “Há muitas notícias que correm como não deveriam. É muito estranho as pessoas aparecerem com esse papo de cancelar eventos por causa da aglomeração de pessoas. No Carnaval, ninguém falou nada sobre esse vírus e, curiosamente, agora vem com essa historinha de coronavírus? Acho muito estranho”, disse o homem. A opinião dele foi a de muitas pessoas que participaram da manifestação em Campinas. O empresário Alexandre Amaral, de 48 anos, também disse acreditar em um “complô” contra o ato que defende o presidente brasileiro. “O coronavírus está aí há bastante tempo e no Carnaval foi liberado. Todo mundo podia fazer o que queria e, coincidentemente, as vésperas da manifestação, o coronavírus chegou no Brasil? Vestiu uma capa vermelha e veio para o Brasil? Achei estranho, mas, de qualquer forma, estamos tomando os devidos cuidados e evitando fazer muita aglomeração”, comentou. Cancelamentos A preocupação com o rápido aumento no número de casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19) no Brasil provocou uma reação em cadeia na cidade de Campinas na semana passada e levou diversas instituições a suspenderem suas atividades. Eventos que estavam marcados também acabaram sendo cancelados. A enfermidade fez ainda a Prefeitura de Campinas determinar, no final da tarde da última sexta-feira (13), o cancelamento de todas as atividades do município com grande aglomeração de pessoas como: cultos religiosos, eventos culturais, shows e partidas de futebol – inclusive, o Dérbi 196, que está marcado para segunda-feira, às 20h, no Brinco de Ouro, e que será com portões fechados. A medida foi tomada logo após a Secretaria de Saúde confirmar o primeiro caso do novo coronavírus na cidade em uma aluna da Faculdade São Leopoldo Mandic. Há ainda outros 35 casos sendo investigados no município.

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