venezuela

Grupo de indígenas chama atenção pelo Centro

Um grupo de 16 venezuelanos, entre homens, mulheres e crianças, com cartazes em mãos pedindo dinheiro nos semáforos chama a atenção

Alenita Ramirez
27/02/2020 às 07:46.
Atualizado em 29/03/2022 às 20:35

Um grupo de 16 venezuelanos, entre homens, mulheres e crianças, com cartazes em mãos pedindo dinheiro nos semáforos chama a atenção de motoristas e pedestres que circulam na região central de Campinas. Segundo o diretor de Direitos Humanos da Secretaria Municipal de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos da Prefeitura de Campinas, Fábio Custódio, responsável pelo serviço ao imigrante, o grupo é de indígenas da etnia Warao, que vivem na fronteira da Venezuela com o Brasil, e falam o idioma próprio e um pouco espanhol. O grupo chegou a Campinas há duas semanas, vindo do Rio de Janeiro, onde outra parte dos indígenas ficou alojada em abrigo municipal. Ele é formado por oito adultos, um adolescente e sete crianças. As mulheres usam cabelos longos e vestidos coloridos e falam apenas o idioma da aldeia. Apenas os homens e as crianças conseguem falar um espanhol incompreensível. Segundo Custódio, equipes do SOS Rua e do Movimento Vida Melhor (MVM) vêm tentando contato com o grupo, mas sem sucesso, já que os integrantes são nômades e não aceitam a proibição da mendicância infantil. “Logo que nossa equipe os localizou, oferecemos abrigo no Samim (Setor de Atendimento ao Migrante, Itinerante e Mendicante). Eles ficaram dois dias por lá e no terceiro dia, eles mesmos conseguiram contato com uma pessoa ligada a uma igreja evangélica em Hortolândia e foram para lá. Mas todos os dias eles vêm para Campinas pedir dinheiro nos semáforos”, disse o diretor. O grupo relatou para as equipes assistenciais de Campinas que estava na cidade em busca de três propósitos. O primeiro seria de arrecadar dinheiro para seguir para Brasília, onde há um grupo maior da etnia. O segundo é o de dinheiro para se alimentar e para moradia, e o terceiro seria para propiciar a vinda de outros índios refugiados. Entretanto, segundo Custódio, há uma grande incerteza quanto ao objetivo dos refugiados. “Estamos acompanhando a situação e pedimos para que a população, ao em vez de ajudá-los com dinheiro, ligue para o SOS Rua (19-3253-4512) e comunique onde eles estão. Precisamos identificar qual é o real propósito deles e ajudar a regularizar a documentação de quem está irregular”, pediu Custódio. “Nossa equipe está tentando quebrar a barreira que existe para ajudá-los”, acrescentou. De acordo com Custódio, são 20 mil índios da etnia Warao na Venezuela. Em janeiro de 2017, a Pastoral do Migrante, ligada à Arquidiocese de Manaus, identificou a presença de 130 índios Warao na cidade naquele ano. Segundo Custódio, desde que o grupo chegou a Campinas são mantidos contatos com a Funai e a Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), a agência da ONU para refugiados.

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