TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS

Greve na Unicamp completa um mês ainda sem acordo

A categoria reivindica alta de 12,6% nos salários, além de melhoras significativas nos benefícios

Renato Piovesan
26/06/2018 às 07:57.
Atualizado em 28/04/2022 às 13:59
O quadro da Unicamp reúne aproximadamente 8,5 mil funcionários técnico-administrativos (RAC)

O quadro da Unicamp reúne aproximadamente 8,5 mil funcionários técnico-administrativos (RAC)

A greve dos funcionários técnico-administrativos da Unicamp, que completou um mês na última sexta-feira, segue sem data para terminar. Nesta segunda (25), dezenas de grevistas realizaram uma passeata e tentaram acompanhar a posse da nova diretoria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), mas alegaram terem sido impedidos de entrar no auditório. Somente depois da cerimônia que um grupo de funcionários conseguiu apresentar a pauta de reivindicações ao coordenador da Assessoria de Economia e Planejamento da universidade, Thiago Baldini da Silva, e a Pró-reitora de Desenvolvimento Universitário, professora Marisa Masumi Beppu. Pela quarta vez desde o início da paralisação, não houve acordo. A categoria reivindica alta de 12,6% nos salários, além de melhoras significativas nos benefícios. O quadro da Unicamp reúne aproximadamente 8,5 mil funcionários técnico-administrativos. No começo do mês, o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) propôs reajuste de 1,5%, mas a proposta não foi aceita em quatro reuniões de negociação pelo Fórum das Seis - entidade que reúne sindicatos de funcionários e docentes da Unicamp, USP e Unesp. A Reitoria da Unicamp informou que tem mantido um diálogo aberto com todas as representações de categorias, e lembrou que o reajuste de 1,5% proposto já representaria uma despesa adicional de R$ 26 milhões anuais. O reajuste de 12,6%, reivindicado pelo Fórum, corresponderia a um aumento de cerca de R$ 218 milhões por ano só na folha de pagamentos da Unicamp. Se forem incluídas as outras reivindicações da categoria, que pede aumento do vale alimentação, implantação de vale refeição e gratuidade do transporte fretado, a despesa adicional à Unicamp superaria os R$ 350 milhões anuais. "Desde o início das negociações salariais com o Fórum das Seis e com o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), iniciadas em maio, a Reitoria da Unicamp tem apresentado os indicadores e números relacionados à situação financeira da universidade de forma transparente, a fim de manter a comunidade acadêmica e a sociedade bem informadas" , aponta nota encaminhada pela universidade. Atravessando grave crise financeira, a Unicamp tem déficit orçamentário de R$ 240 milhões previsto para este ano. Uma nova assembleia está programada para hoje, às 13h30, na Praça da Paz, quando os trabalhadores avaliarão mais uma vez a proposta oferecida pela Reitoria.

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