Adesão é diferente para cada área da universidade; sindicato quer parar também a área hospitalar
Os trabalhadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desde sexta-feira em greve, tiveram nesta quarta-feira (28) um dia de atividades para mobilizar os funcionários da área da Saúde a aderir ao movimento. Além de reuniões com cada segmento, participaram do protesto dos servidores públicos da Prefeitura, contra as más condições na saúde de Campinas. Até sexta-feira, o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU) planeja começar a diminuir o atendimento no Hospital das Clínicas (HC) da Unicamp e no Centro de Atenção Integral da Mulher (Caism). "O apoio está crescendo, mas não temos números. Estamos organizando para aumentar e eu creio, que a partir de sexta, começamos a 'represar' a porta", afirmou o diretor do Sindicato, Marcílio Ventura. No entanto, a Unicamp, em nota, informou que os atendimentos na área da saúde seguiram dentro da normalidade durante esta quarta-feira. Segundo os pacientes, não houve demora no atendimento. Aulas e pesquisasJá as atividades de ensino e pesquisa da instituição começaram a sentir o reflexo do movimento. Segundo a Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp), que representa os professores, a adesão da categoria chegou a pelo menos 60%. Em nota oficial, a Universidade informou que a paralisação atingiu 15% das 22 unidades de ensino e pesquisa. No restante, houve adesão predominantemente de servidores técnico-administrativos. A associação informou ainda que participam da greve professores de todas as áreas e que o movimento inclui profissionais que trabalham nos dois colégios técnicos da instituição: o Colégio Técnico de Campinas (Cotuca) e o Colégio Técnico de Limeira (Cotil). As faculdades ligadas às ciências humanas foram as mais atingidas. Os professores entraram de greve na terça-feira (27), engrossando o movimentos dos trabalhadores. ReivindicaçõesA estudante Julia Franco, que faz a Faculdade Artes da Unicamp, afirmou que parte dos professores não irão aderir ao movimento. Mas, em outras faculdades, como o Instituto de Filosofia e Ciência Humanas (IFCH) e Economia, há indícios da paralisação e não houve aulas ontem.Os trabalhadores da Unicamp deflagaram o movimento após decisão do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruep) de congelar os salários sob a justificativa de comprometimento do orçamento com a folha de pagamento. Os servidores pleiteiam um reajuste de 10%.Reabertura das negociaçõesO Conselho Universitário (Consu), órgão máximo de deliberação da Unicamp, é favorável à reabertura das negociações. Na terça-feira, o órgão aprovou em reunião a recomendação de seus membros para que o Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) reabra as negociações sobre índices salariais.A universidade 18,3 mil alunos na graduação e 16,1 mil na pós-graduação, em 68 cursos, além de 1,9 mil estudantes no Colégio Técnico de Campinas (Cotuca). Nos campi da Unicamp trabalham 2 mil professores e 7,8 mil técnicos administrativos.